Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Mesmo sofrendo com a violência, mulheres lutam em favor de direitos humanos



Isabela Vieira
Agência Brasil


Ao mesmo tempo em que as mulheres têm sofrido com a violência de maneira específica – o que muitas vezes não é reconhecido pelas instituições -, elas têm se tornado fortes lideranças na defesa dos direitos humanos.

A avaliação é do pesquisador da Anistia Internacional para temas relacionados ao Brasil, Tim Cahill. "Elas buscam sair da condição de vítimas e passam a protagonizar soluções. Têm a coragem, dedicação e, digamos, a paciência para estar a frente da luta" afirmou em entrevista à Agência Brasil.

A coordenadora organização não-governamental de mulheres negras Criola , sediada na capital fluminense, a médica Jurema Wernek, aponta o protagonismo das mulheres na resolução de problemas das comunidades.

Para Jurema, embora as mulheres ainda sejam ameaçadas, humilhadas pelas diversas instâncias de poder, abusadas e até mesmo mortas na defesa dos direitos de todos, como mostram pesquisas, "não desistem porque têm um compromisso com a vida".

"As mulheres não recuam diante dos problemas. Vão ao tribunal do tráfico, acompanham a Polícia - para impedir que agrida os detidos - e vão aos tribunais de justiça. Apesar do medo, em nome do compromisso com a vida, fazem tudo", afirmou.

Na região metropolitana do Rio de Janeiro, a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas de Violência na Baixada Fluminense é um exemplo da mobilização de mulheres a partir de situações de violência.

Há quatro anos, movidas pelo desejo de justiça, mães, irmãs e esposas de 29 mortos durante uma chacina criaram a associação que hoje tornou-se um movimento em defesa dos direitos humanos.

A coordenadora da associação, a doméstica Cátia Patrícia da Silva, 34, destaca a participação feminina na organização. Segundo ela, as mulheres, "foram mais corajosas" e não se intimidaram com ameaças. Cátia conta que, no primeiro momento, elas se reuniram para cobrar indenizações, mas hoje auxiliam outras famílias que passam por situações semelhantes a superarem o medo e o trauma da violência e a procurarem a Justiça.

Mãe Beata de Yemanjá, 78, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é outro exemplo de liderança feminina na luta contra a violência. Há décadas, ela trabalha orientando mulheres vitimizadas e falando sobre cidadania. Os temas vão desde a importância da gravidez assistida, o acesso à creches até o problema da homofobia.

"Faz parte da minha tarefa como mulher negra; do Candomblé - onde nasci e me criei - , da minha identidade", disse Mãe Beata.

Promovendo seminários em parceria com governos e organizações não-governamentais e orientando pessoas nas suas casas ela acabou se tornou referência para uma rede informal de terreiros, que, desde a década de 1980, busca promover a cidadania nas localidades onde estão inseridos divulgando informações sobre violência, preconceito, saúde e outros direitos.

 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)