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Política - Nacional

Megaoperação desbaratou quadrilhas perigosas que atuavam em São Paulo


Wagner Gomes - Jailton Carvalho e Adauri Antunes - Agência O Globo BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO - Durante a megaoperação realizada pelas policias civis de todo o país encerrada nesta sexta-feira foram desmanteladas quadrilhas perigosas que agiam no estado de São Paulo. Foram presos membros de quadrilhas de seqüestradores, de ladrões de contêineres e de celulares. Membros de uma gangue acusados de espancar homossexuais também foram detidos. Até bombas caseiras feitas com extintores e com forte poder de destruição foram apreendidas com traficantes. Numa ação conjunta inédita, iniciada na segunda-feira e divulgada na sexta, policiais civis prenderam pelo menos 2.280 pessoas em 13 estados e no Distrito Federal ( conheça os números da operação). Só em São Paulo foram 1.675 presos num único dia. Entre eles, estavam 219 menores. Desse total, 773 foram autuados e liberados após prestarem depoimento nas delegacias. Eles são acusados de crimes de menor gravidade e responderão inquérito em liberdade. No balanço da ação realizada no estado feito pelo delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Mario Jordão Leme, que também é presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia e coordenou a operação, houve três mortes de bandidos em confronto com a polícia. Foram apreendidos 321,95 quilos de entorpecentes e 257 armas apreendias, entre elas duas metralhadoras. O balanço total da operação só será divulgado na segunda-feira. O delegado Mario Jordão disse que em todo o país o foco da operação foi agir contra quadrilhas, mas o presidente da Federação dos Policiais Civis do Centro-Oeste e Norte, Divinato Ferreira, criticou duramente a ação coordenada. Segundo Ferreira, a megaoperação uma tentativa de aumentar o poder da categoria frente ao Ministério da Justiça. O delegado Celso Ferro, diretor do Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil, em Brasília (DF), também afirmou que a ação tinha como objetivo chamar a atenção das autoridades sobre a atuação da Polícia Civil, mas o coordenador da operação negou que a iniciativa fosse um protesto. - Não foi um protesto, mas uma ação para mostrar à população que a Polícia Civil está combate à criminalidade, utilizando articulação e inteligência - afirmou Mario Jordão. O delegado do DF, porém, dissera que os policiais querem ser ouvidos na definição das políticas de segurança, na elaboração de leis e na decisão sobre investimentos para o combate à criminalidade. Segundo Celso Ferro, os policiais civis não estão sendo ouvidos nem mesmo pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, Senasp, chefiada pelo delegado de Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. O delegado aproveitou para criticar o projeto que incluiu o crime organizado no Código Penal, aprovado esta semana na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. - Agora mesmo, a CCJ do Senado aprovou projeto sobre o crime organizado que não traz nenhum instrumento novo e nós não fomos ouvidos - disse. A decisão de lançar a ofensiva foi tomada na última reunião do do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, em fevereiro, em São Paulo ( clique aqui e leia a reportagem no Globo Digital). Os representantes dos órgãos policiais de todo o país decidiram priorizar o cumprimento dos mandados de prisão relacionados ao homicídio pela gravidade desse tipo de ocorrência e pelo impacto que causa na sociedade. Centenas de prisões e apreensões Milhares de agentes saíram às ruas em todo o país para cumprir centenas de mandados de prisão temporária, administrativa e preventiva. Os policiais buscaram foragidos, prenderam criminosos em flagrante e ocuparam áreas consideradas de risco. No Espírito Santo, 60 pessoas foram presas desde o início da operação, na segunda-feira. Por falta de espaço nas cadeias, os presos foram colocados em micro-ônibus nas delegacias. No Rio, pelo menos 12 mil homens fizeram operações em vários pontos do estado.Os policiais estiveram em várias favelas. Em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, a Delegacia de Defesa do Consumidor fechou um estabelecimento que vendia seis toneladas de carne de porco fora da validade e sem condições sanitárias. Em outra frente, policiais da Delegacia de Repressão a Crimes contra Saúde Pública estouraram um depósito de cigarros clandestino. No Distrito Federal, 222 policiais foram mobilizados para cumprir 451 mandados de prisão. O esforço resultou em 43 presos. No Mato Grosso, foram presas 131 pessoas até o início da tarde. Cerca de 150 investigadores e policiais militares, além de 25 delegados, participaram da ação. Foram 39 presos no Mato Grosso do Sul, 29 na capital Campo Grande. O Paraná registrou ao menos 29 presos, entre eles Dirceu Jacobi, de 29 anos, que estava foragido. Jacobi era procurado pela polícia depois que foi descoberto, no dia 16 deste mês, o cativeiro onde ele mantinha a ex-mulher em cárcere privado há nove meses. Em Porto Alegre, cerca de 80 agentes se concentraram nas áreas em que ocorreram 80% dos 90 homicídios registrados na capital gaúcha neste ano. Cinco suspeitos de homicídios, sendo dois adolescentes, foram detidos. Drogas, armas e munição foram apreendidas, incluindo balas para fuzil. Em Pernambuco, 264 policiais participaram da operação, prendendo 33 pessoas. Do total, foram 13 prisões em flagrante e outras 20 pessoas compareceram às delegacias para prestar depoimento. Catorze mandados de prisão foram cumpridos pela polícia, que apreendeu ainda cerca de quatro quilos de crack e outros quatro quilos de maconha. Vinte e dois veículos foram apreendidos e outros 1.339 foram vistoriados em todo o estado. No Ceará, como parte da megaoperação nacional, ações de combate ao tráfico de drogas e à exploração sexual de crianças e adolescentes resultaram neste sábado na prisão de três adolescentes, em Fortaleza. No Tocantins, 55 pessoas foram presas em Palmas. A ação durou cinco horas e só terminou na madrugada deste sábado. Foram feitos 30 flagrantes e cumpridos 25 mandados de prisão. Cerca de 600 policiais civis participaram da operação. A 290 quilômetros de Palmas, foi descoberta uma plantação de dois hectares de maconha. Os donos da fazenda fugiram. Em Santa Catarina, o feriado na capital Florianópolis enfraqueceu a ação e apenas uma pessoa foi presa. No Piauí, a greve da Polícia Civil impediu a realização da megaoperação. A polícia de Minas Gerais não participou da operação. Não houve mobilização especial e as atividades da polícia seguiram a rotina com prisões e apreensões, mas sem vínculo com as ações da operação nacional. A chefia da polícia mineira não informou os motivos da ausência, mas garantiu que existe uma troca permanente de informações entre a Polícia Civil de Minas Gerais e o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil.

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