Terça-feira, 22 de setembro de 2009 - 06h15
Luana Lourenço
Agência Brasil
A senadora Marina Silva (PV-AC) disse ontem(21) que o próximo presidente do Brasil deve reconhecer os avanços da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não necessariamente terá que romper com as conquistas dos últimos 16 anos. Marina elogiou os avanços nas áreas econômicas e social dos governos do PSDB e do PT, respectivamente.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Marina afirmou que as conquistas na área econômica, relacionadas à estabilização da moeda “deverão continuar”. Em relação às políticas sociais, a senadora disse acreditar na continuidade de programas de transferência de renda, mas com mudanças. “Não apenas a inclusão, mas a evolução, para que as pessoas não dependam para sempre do Bolsa Família. Tem que haver um processo de libertação das pessoas de qualquer tipo de dependência em relação ao Estado”, disse.
Marina disse que ainda não é candidata pelo PV e evitou falar diretamente sobre as possíveis propostas eleitorais. Ao comentar quais deverão ser as prioridades do próximo governo, a senadora somou às tradicionais plataformas da educação e saúde à necessidade de investimentos em desenvolvimento sustentável, pesquisa e produção tecnológica.
Perguntada sobre a exploração das reservas de petróleo e gás da camada do pré-sal, a senadora afirmou que “o petróleo é uma fonte de energia da qual infelizmente o mundo ainda não conseguiu se livrar”, mas que pode ser utilizado como vetor para uma economia mais sustentável. “É uma fonte de energia que precisa ser utilizada para ser substituída. Tem que ser utilizado muito mais para produzir conhecimento, para nos fazer transitar desse modelo baseado em combustível fóssil”, afirmou.
Marina evitou comentar os projetos de regulamentação do pré-sal enviados recentemente ao Congresso e disse que “vai se debruçar” sobre as propostas com os colegas de bancada.
A senadora reafirmou a sua posição contrária à energia nuclear – que considera cara e insegura – defendeu a geração eólica, solar e hidráulica e sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente, que chegou a ser apontada como entrave para a aprovação de novas usinas hidrelétricas.
“As pessoas não estavam acostumadas a cumprir os procedimentos corretos. No caso das usinas do Madeira, por exemplo, se não fossem as condicionalidades, o lago seria oito vezes maior”, disse.
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