Terça-feira, 2 de outubro de 2012 - 16h14
ADRIANA CAITANO
CORREIO BRAZILIENSE
![]() |
|
Para Marcos Rogério, assembleias devem seguir regras de proporcionalidade |
Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara e pode ser votada este mês deve mudar um cenário de desequilíbrio entre os gastos do Congresso e os das assembleias legislativas. De acordo com a Constituição Federal, os deputados federais não podem receber mais que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — que atualmente ganham R$ 26,7 mil —, enquanto os deputados estaduais podem receber, no máximo, 75% do valor pago aos integrantes da Câmara dos Deputados. Mas os legislativos estaduais têm autonomia para dar benefícios ilimitados aos seus componentes e, em diversos casos, a verba extra que eles recebem ultrapassa a da esfera federal.
A PEC de autoria do deputado Félix Mendonça Junior (PDT-BA) sugere que a limitação de 75% imposta aos salários seja estendida à verba indenizatória e às despesas com funcionamento do gabinete, divulgação, transporte, manutenção, comunicação e contratação de pessoal. “Independentemente do nome que se dá ao pagamento extra, a simetria vai se dar de acordo com a natureza do benefício”, explica o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Para elaborar seu parecer, Rogério tem analisado os custos das assembleias legislativas de todo o país. Um dos casos em que, já se sabe, a emenda causaria mudanças significativas é o do Amapá. Desde 2010, a verba indenizatória dos 24 deputados subiu de R$ 15 mil para R$ 100 mil. O aumento exorbitante foi alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e acabou parando na Justiça. Sob pressão, os parlamentares reduziram o valor para R$ 50 mil. Ainda assim, eles ainda ganham 50% a mais que os deputados federais do mesmo estado — uma diferença de R$ 17,4 mil.
O promotor de Justiça Afonso Guimarães, que acompanha o caso no MP do Amapá, destaca que a verba indenizatória dos parlamentares é desproporcional à renda do próprio estado, que tem um dos menores PIBs do país. “Eu acho que o ideal era nem existir verbas extras para deputados que já são custeados pelo poder público, e, se elas forem mantidas, que sejam limitadas de acordo com outros critérios, como a renda da população”, sugeriu Guimarães.
De acordo com o deputado Marcos Rogério, seu relatório pela admissibilidade da PEC deve ser apresentado na próxima semana. “Meu papel é analisar se a matéria fere a Constituição, o que não é o caso, mas observando o mérito percebo que o poder público precisa obedecer regras de proporcionalidade para manter sua estrutura, sem abusos e excessos, sob pena de ofender a moralidade do país”, comenta. Após votado na CCJ, o texto segue para uma comissão especial antes de ser apreciado em dois turnos nos plenários da Câmara e do Senado.
Quanto custa um deputado federal?
Salário R$ 26.723,13
Cota de atividade parlamentar
(verba indenizatória, passagens aéreas,
combustível, correspondências, telefone,
segurança, contratação de consultores,
divulgação, locação de veículos e
manutenção de escritórios) de R$ 23.033,13 a R$ 34.258,50
Verba de gabinete
(para contratar assessores) R$ 78.000
Total por mês R$ 138.981,63
*exceto auxílio-moradia, que os deputados estaduais não têm direito
Se a PEC for aprovada, deputados estaduais poderão receber,
no máximo, 75% do que recebem os federais:
Salário R$ 20.042,34
Verba indenizatória R$ 17.274,84 a R$ 25.693,87
Verba de gabinete R$ 58.500
Total por mês R$ 104.236,21
“O ideal é nem existir verbas extras para quem já é custeado pelo poder público. Se forem mantidas, que sejam limitadas de acordo com critérios como renda da população” Afonso Guimarães, Promotor de justiça no Amapá
Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.
Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia - (SINSEMPRO) realizou Eleições para a escolha da nova d
O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe
O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre
STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do