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Política - Nacional

Lula: "rico não precisa do Estado brasileiro"


Plínio Teodoro - Agência O Globo SÃO PAULO - A uma semana da decisão do segundo turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre à reeleição, voltou a apostar num discurso de divisão de classes e a atacar as elites. Segundo Lula, "rico não precisa do Estado brasileiro" e "pobre só tem importância" em época de eleições. Ele disse que seus adversários "deveriam agradecer a Deus" pelas chances de sua reeleição "para deixar o Brasil muito melhor". - O rico não precisa do Estado brasileiro, quem precisa do estado brasileiro é o povo pobre deste país. Quem precisa de universidade é o pobre, porque o rico pode pagar ou até estudar em Paris, mas o pobre ou tem faculdade ou vai passar a vida inteira sem se formar - afirmou Lula, em discurso para cerca de quatro mil pessoas em Cidade Tiradentes, um dos bairros mais carentes da Zona Sul de São Paulo. Segundo o petista, "desde Cabral" a elite só lembra dos pobres durante as eleições. - A verdade nua e crua é que no programa político da elite brasileira, desde que Cabral pôs os pés aqui, o pobre não está incluído. Pobre só tem importância em época eleitoral. Em época eleitoral, pobre vale mais do que banqueiro, mas depois das eleições pobre não é convidado nem para tomar um cafezinho. Coube ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), fazer o mais duro ataque ao candidato tucano, Geraldo Alckmin, a quem chamou de "personagem de propaganda do Itaú Personalitè", agências do Banco Itaú para correntistas de alto poder aquisitivo. - Você olha o nosso candidato Alckmin, parece um personagem da propaganda daquele Itaú Personalitè, o público dele parece que é um público de torneio de tênis na Costa do Sauípe. Eles dão as costas para o povo brasileiro - disse Rebelo. Lula acrescentou que o Brasil não será um "país de jogadores de tênis". - Este é um país de todos, e não de jogadores de tênis apenas - afirmou Lula. O cantor Netinho de Paula manifestou seu apoio à Lula e classificou as eleições presidenciais como uma "luta de classes". - Vim aqui manifestar meu apoio a um cara que já passou pelas coisas que a gente passou, um cara que viveu coisas que só a gente que é do gueto viveu. Não dá para a gente ter dúvida, esta eleição ela é na verdade um divisor de águas porque é uma luta de classes. Apesar desses discursos, Lula rebateu as acusações da oposição de que quer dividir o país entre ricos e pobres. - Não quero dividir coisa nenhuma. Eu já nasci pobre. Se dependesse de mim, a gente não tinha pobres e ricos, só tinha ricos. Acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, Lula chegou a Cidade Tirantes por volta das 11h30. Antes de subir ao palanque, Lula fez uma caminhada de menos de cem metros e improvisou um corpo a corpo com eleitores. Também estão presentes a ex-prefeita Marta Suplicy e os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Celso Amorim (Relações Exteriores), e Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). Na abertura de seu discurso, Lula disse que, em princípio, ficou chateado por não ganhar a eleição já no primeiro turno, mas que agora está feliz por Deus ter garantido o segundo turno. - Foi Deus que garantiu o segundo turno. Eu no começo fiquei chateado. Mas agora eu estou feliz, porque é no segundo turno que a gente vai provar quem é quem. O povo está sentindo a diferença dos dois projetos. De um lado, um projeto que só tem interesse em atender os interesses de uma pequena elite, e do outro lado o nosso projeto que quer governar para todos e que sabe que quem merece atenção especial é o povo pobre deste país. Para Lula, a oposição está apavorada porque o seu governo está conseguindo fazer mais que em dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). - O pavor deles é que este pernambucano criado em São Paulo, sem formação, com curso de torneiro mecânico foi capaz de fazer em quatro anos mais que o "dotô" em 8 anos - ironizou o petista, que em nenhum momento fez referência a denúncias de corrupção em seu governo. Lula disse ainda que os adversários devem pedir a Deus para que ele seja reeleito, em vez de terem raiva dele. - Eu acho, com todo o respeito que eu tenho, ao invés de meus adversários ficarem com raiva de mim, com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse porque eu ia deixar o país muito melhor para o próximo governo. Em frente ao palanque, um grupo de militantes mostrava uma faixa ao presidente, assinada pela "Corrente O Trabalho - PT", onde pediam a reestatização da Vale do Rio Doce. " Pátria não se vende. Reclamar a Vale é urgente. Lula Presidente", dizia a faixa.

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