Quinta-feira, 5 de maio de 2016 - 20h39

Ricardo Kotscho - Uma pergunta: por que só agora?
Repousava desde dezembro do ano passado nas excelsas gavetas do Supremo Tribunal Federal o pedido feito pela Procuradoria Geral da República para o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que comandava o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
De repente, sem dar nenhum sinal anterior de que estava preocupado com o assunto, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, resolveu levar o caso ao plenário na tarde desta quinta-feira, mas atendendo a outro pedido feito com o mesmo objetivo, um dia antes, pela Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.
Sentindo-se ofendido com a decisão de Lewandowski, o relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, antecipou-se e, na noite desta quarta-feira, concedeu liminar, baseada no pedido da PGR, determinando o imediato afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara.
A sessão plenária do STF para julgar o caso está mantida. Cunha será substituído pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que votou contra o impeachment e também está sendo investigado pela Operação Lava Jato.
Por que Eduardo Cunha só caiu agora, cinco meses depois da ação impetrada pelo procurador-geral Rodrigo Janot, que o chamou de "delinquente" e listou em seu pedido uma série de crimes atribuídos ao presidente da Câmara, que já é réu no STF?
Nada acontece por acaso. O processo de impeachment, desde o início, segue um cronograma muito bem montado, o que revela a existência de um comando centralizado e sincronizado que age por etapas. Cunha só foi descartado agora, simplesmente, porque já cumpriu seu papel na articulação e votação da admissibilidade do processo de impeachment, às vésperas da decisão do Senado, que pode levar ao afastamento de Dilma Rousseff por 180 dias.
O risco de Eduardo Cunha se tornar o primeiro na linha sucessória, podendo assumir a presidência da República num eventual governo do seu aliado Michel Temer, aumentou as pressões sobre o STF e acabou criando uma saia justa entre os ministros Lewandowski e Zavascki, precipitando os acontecimentos. A esta altura, também interessava a Temer livrar-se da sombra do inconveniente aliado, que já foi denunciado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sob a acusação de integrar o esquema do Petrolão e manter contas secretas na Suíça, entre outros. Ninguém precisava mais dele, tudo agora só depende do Senado. Era mesmo hora de jogá-lo ao mar.
O comando das ações jurídico-midiático-policiais, seguindo o cronograma, desencadeou a operação de desembarque de Cunha logo após a votação do impeachment na Câmara. O aliado virou inimigo. Em várias outras ocasiões, como já demonstrou meu colega blogueiro Mário Magalhães, as operações da Lava Jato e decisões da Justiça também coincidiram com os protestos dos movimentos de rua e importantes decisões políticas em Brasília, alimentando a pauta da mídia que nunca foi tão única, colocando a reboque a oposição partidária.
E quem integra este comando? Acho que não é tão difícil imaginar quem sejam seus articuladores, mas vamos ter que esperar pelos historiadores do futuro, como aconteceu no golpe cívico-militar de 1964, de triste memória, em que só muito tempo depois ficamos sabendo do papel de cada um na derrubada do presidente João Goulart.
Vida que segue.
Três alegrias
Depois de muito tempo de notícia ruim, tive três alegrias no mesmo dia: o São Paulo se classificou na Libertadores, o Corinthians foi eliminado e o Eduardo Cunha caiu.
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