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Política - Nacional

Imigrantes brasileiros na Espanha já são 70 mil


Agência O Globo RIO - Na Espanha, o aumento do número de imigrantes brasileiros foi espantoso. Dez anos atrás eram sete mil. Hoje são mais de 70 mil. A prosperidade da economia espanhola atraiu também brasileiros que estavam vivendo em Portugal. Com uma política de imigração mais flexível do que a de outros países europeus, o governo da Espanha não esconde uma preferência pelos latino-americanos. A proximidade da língua ajuda os brasileiros. Em Manaus, o produtor de rádio Reginaldo Lima trabalhava desde os nove anos de idade. Cresceu tão rápido que quis nascer de novo, na Europa. Chegou há Madri oito anos. - Nesse tempo eu fui tocar no metrô. Foi quando eu aprendi a tocar e fui ganhar um dinheirinho - conta ele. Tocou uma canção de Roberto Carlos que mudou a sua vida. Um senador ouviu, se emocionou e conseguiu o visto de trabalho para o brasileiro. - Graças ao Roberto Carlos e à Lady Laura - completa Reginaldo. Se na Espanha a morte é espetáculo nacional, fora das arenas, a economia está muito viva. Um crescimento acima da média européia. Brasileiros em Madri acompanham grandes transformações. - É um pais em ebulição. Se constrói muito - conta a produtora de cinema, Ioná Macedo. A explosão do mercado imobiliário traz estrangeiros para trabalhar na construção civil. Mas na sede do Parlamento, o presidente Manuel Marín pede prudência. - Os espanhóis estão se comportando como novos ricos, gastando muito dinheiro - diz o presidente do Parlamento espanhol, Manuel Marín. O país de 45 milhões de habitantes deixou para trás o passado devastador. A ditadura de Franco, a guerra civil espanhola, o terrorismo interno. Com a entrada na União Européia em 1986, multiplicou por cinco a sua renda per capita. Os imigrantes foram responsáveis por 50% do crescimento do Produto Interno Bruto espanhol. A nova modernidade vai a quase 300 quilômetros por hora. A advogada Glaucenira da Costa embarca no trem de alta velocidade de Madri para Tarragona. Há 17 anos no país, orienta brasileiros que procuram visto de trabalho. - A pergunta mais freqüente de quem vem me visitar: 'Mas eu tenho que voltar ao Brasil para conseguir o visto?' Claro que você tem, você entrou aqui com visto de turista - diz ela. O professor da PUC-MG Duval Fernandes, que faz uma tese sobre os brasileiros na Espanha, diz que as estatísticas mostram que entrar nos países da União Européia está cada vez mais difícil. - Mensalmente, passam pelo aeroporto de São Paulo mil brasileiros que são, na linguagem da Polícia Federal, devolvidos. Fora os outros aeroportos, onde isso também acontece. Não há mesmo uma forma de atendimento a esses brasileiros. Não há mesmo uma forma de explicação a esses brasileiros, antes da sua saída, dos perigos e dos seus direitos - explica o professor. O baiano Rubem Dantas toca com os maiores músicos do país. Com a sua percussão deu nova inspiração ao flamenco, o estilo musical mais popular da Espanha. - É uma coisa de louco, uma música de louco. O pessoal gritando, surtando, com os braços e as pernas. E isso realmente comove o povo - diz o percussionista. Ioná Macedo foi babá, faxineira e professora universitária na Europa. Estudou muito. Até que uma produtora multinacional de cinema a convidou para o cargo de vice-presidente. - O espanhol é ríspido no primeiro contato. Mas, aos poucos, quando a gente vai entrando no universo deles, são um povo muito carinhoso - afirma a produtora de cinema. - Aqui não existem pessoas carinhosas como as brasileiras - diz a aposentada Felicidà Rodriguez. Viúva e só. Os filmes fazem companhia. Felicidà Rodriguez, de 78 anos, sofre de diabetes. Uma mineira, que entregava jornais em Belo Horizonte, deu a ela uma nova alegria. As européias não procuram mais o emprego de acompanhante e as brasileiras começam a entrar no mercado. Alessandra de Souza prepara os remédios, injeta a insulina e conquista o coração da rígida catalã. - Eu sinto saudades, mas sem dor, sem sofrimento. E estou feliz aqui, me sinto amada aqui - conta a acompanhante, Alessandra de Souza.

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