Sábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

IBGE: pretos e pardos ganham metade dos salários dos brancos


Agência O Globo RIO - O IBGE divulgou pesquisa nesta sexta-feira mostrando que a população de cor de pele declaradamente preta e parda tem menos escolaridade e um rendimento médio equivalente à metade do recebido pela população que se declara branca, na média das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). E mais: a taxa de desocupação dos pretos e pardos (11,8%) é superior à dos brancos (8,6%). A PME segue o sistema de classificação de cor ou raça adotado pelas pesquisas domiciliares do IBGE. Ou seja, o informante escolhe uma entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela ou indígena. Para a pesquisa, o IBGE informa que foram visitados 41 mil domicílios em Rio, São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Ainda segundo o instituto, "40,7% das entrevistas foram realizadas com a própria pessoa moradora". Em setembro de 2006, a população declaradamente preta ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com idade ativa (10 anos ou mais de idade) nas seis regiões metropolitanas investigadas pela pesquisa de emprego. As populações amarela e indígena representavam, juntas, apenas 0,8% do total de pessoas com 10 anos ou mais de idade, índice considerado residual para os questionários da sondagem. Os brancos correspondem a 56,5%. Salvador apresentou a maior proporção de pretos e pardos (82,1%) e Porto Alegre a menor (13,1%). Educação Segundo o IBGE, há desigualdade também nos indicadores educacionais. A população em idade ativa preta e parda tem 7,1 anos de estudo, em média, e é menos escolarizada que a população branca (8,7 anos de estudo, em média). Foi apurado, também, que 6,7% das pessoas pretas e pardas com 10 a 17 anos de idade não freqüentam escola, contra 4,7% dos brancos. E, enquanto 25,5% dos brancos com mais de 18 anos freqüentam ou já freqüentaram curso superior, o percentual era de apenas 8,2% para os pretos e pardos. Mas houve alguma evolução neste indicador: em setembro de 2002, apenas 6,7% dos pretos e pardos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior. Em Salvador, onde os brancos e os pretos e pardos apresentaram as maiores médias de anos de estudo, observou-se o maior diferencial: 2,4 anos de estudo a mais para os brancos. Em média, os brancos atingiam o ensino médio e os pretos e pardos sequer concluíam o fundamental. Ainda em relação à educação, verificou-se que 20,1% dos pretos e pardos com 10 anos ou mais de idade tinham algum curso de qualificação profissional, enquanto na população branca este percentual subia para 25,3%. Este indicador cresceu significativamente, pois em 2002 as proporções eram de 13,2% (para pretos e pardos) e 16,5% (para brancos). As diferenças regionais mais evidentes foram em São Paulo (onde 28,5% das pessoas brancas tinham curso de qualificação profissional, contra 20,0% dos pretos e pardos) e em Belo Horizonte (35,8% e 28,2%, respectivamente). Trabalho A desigualdade nos índices educacionais se reflete na função ocupada por pretos e pardos e por brancos. Considerando o grupamento de atividade, no total das seis regiões metropolitanas do país, 57,8% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos e 55,4% das que trabalhavam na construção eram pretas ou pardas. A menor participação de pretos e pardos foi sentida nos setores de intermediação financeira, serviços prestados a empresas e atividades imobiliárias (34,6%). Do total de empregados com carteira assinada na iniciativa privada, que dá mais proteção legal e melhores remunerações, 59,7% eram brancos e 39,8% pretos e pardos. Segundo o IBGE, a distorção se deve à grande presença de brancos em regiões metropolitanas, com forte participação do emprego formal, como São Paulo e Porto Alegre. Nesses estados, 44,9% e 44,2% da população ocupada está empregada no setor privado. Já em Salvador e Recife, onde a maior parte da população é composta por pretos e pardos, o índice de empregados na iniciativa privada cai para 35,2% e 32,1%, respectivamente. Rendimento O IBGE também constatou uma forte diferença no rendimento dos dois grupos, mesmo quando exercem as mesmas atividades e têm o mesmo nível educacional. No agregado das seis regiões, a maior diferença salarial foi registrada no grupo de Serviços Prestados a Empresas, Intermediação Financeira e Atividade Imobiliária. Neste caso, os pretos e pardos recebiam metade do rendimento dos brancos. No setor de serviços domésticos, a diferença era de 14,2% em benefício dos brancos. Em um outro teste, feito com um grupo de homens de 18 a 49 anos e com 11 ou mais anos de estudo, o IBGE constatou que a diferença de rendimentos entre trabalhadores por conta própria era de 75,5&. Para empregados do setor privado sem carteira assinada, a discrepância chegava a 97,9%.

Gente de OpiniãoSábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Sábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)