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Política - Nacional

General diz que Amazônia pode virar ‘paraíso dos ilícitos’


Augusto Heleno denuncia ausência do Estado brasileiro na região e pede reaparelhamento das Forças Armadas 

CHICO ARAÚJO 
chicoaraujo@agenciaamazonia.com.br  

BRASÍLIA — Pivô de uma crise com o Palácio do Planalto na semana passada, quando chamou de “caótica” e “lamentável” a política indigenista brasileira, o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira voltou a cobrar do governo mais atenção na região. “Se o Brasil não se voltar para o problema da Amazônia, ela vai se transformar no paraíso dos ilícitos”, adverte o general Heleno em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 20.

Para Heleno, a narcoguerrilha é hoje a principal ameaça à Amazônia brasileira. Ele explica que o Exército acompanha com preocupação as ações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na fronteira. Bem treinados e adaptados à selva, os guerrilheiros têm armas modernas, financiadas pelo narcotráfico. Para proteger o lado brasileiro, Heleno dá o diagnóstico: é preciso reestruturar as Forças Armadas na região. Os militares precisam de lanchas, helicópteros, fuzis modernos, coletos e equipamentos de visão noturna. “Usamos armas com mais de 40 anos”, ressalta.

Mais uma vez, o general criticou a transformação de extensas áreas contíguas de fronteiras em áreas indígenas. Augusto Heleno se referia às reservas Ianomami e Raposa Serra do Sol, em Roraima — as reservas ocupam 46% dos 22,4 milhões da área total do Estado. Somando-se as áreas de conservação, Roraima passa a ter 74,6% de áreas protegidas.

Para ele, a criação dessas reservas é um grave erro do ponto de vista militar. A preocupação do general se dá porque nessas áreas proliferam as organizações não-governamentais (ONGs) bancadas pelo capital internacional que agem fora do controle do estado brasileiro. As afirmações do general Heleno Augusto têm bases históricas. Parte das reservas indígenas da Amazônia foi criada por pressão ONGs estrangeiras e em áreas estratégicas. É o caso da reserva Ianomami, criada em 1991 por decreto do então presente Collor de Mello. Ali, por exemplo, localizam-se as maiores reservas ouro, diamante, nióbio e urânio do mundo.

Reserva é fruto da pressão inglesa

A criação da reserva foi decidida em meados da década de 60 nos salões do Palácio de Buckingham pelo próprio príncipe Philip, o “doge” da Casa de Windsor, na presença da Rainha Elizabeth II. Em 1969 a oligarquia britânica fundou a ONG Survival Internacional. Seu objetivo principal: criar o Parque Ianomami. As decisões foram todas baseadas nas expedições de Hanbury-Teninson e de seu colega Kenneth Taylor, que, em 1968, fez um detalhado trabalho de campo junto aos ianomâmis de Roraima.

Ao Estadão, Heleno diz que a questão indígena está dissociada do processo histórico de conquista e colonização do território que levou à miscigenação, um traço marcante da cultura brasileira. “Querem isolar os índios nas terras, mas os índios não querem viver isolados. Ele quer usufruir das benesses da civilização”. Por isso, o general defende a cooperação como saída equilibrada nas áreas indígenas.

Estado é ausente na região

A exemplo do que fez no Clube Militar, no Rio, o general Augusto Heleno voltou destacar a ausência do Estado brasileiro na Amazônia. Segundo ele, esse é um dos motivos para o agravamento dos problemas sociais na região. Para ilustrar seu exemplo, Heleno cita a extração ilegal de madeira. “A extração da madeira precisa ser acompanhada pelo Ibama, mas o Ibama tem mais gente em Brasília do que na Amazônia”.

O militar também avisou que vai continuará a “dar palpite” toda vez que o assunto envolver questões de soberania nacional. “Enquanto eu for comandante, eu entro em todas as terras indígenas, queiram ou não”. Em março, índios ianomâmis ficaram revoltados porque um grupo de deputados federais visitou a reserva sem avisá-los.

O Exército dispõe hoje de 25 mil homens para defender a Amazônia das ameaças que vão do narcotráfico à cobiça internacional. 

Fonte: Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião

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