Quarta-feira, 7 de novembro de 2007 - 16h33
Isabela Vieira
Agência Brasil
Brasília - A falta de fiscais agropecuários torna as fronteiras brasileiras vulneráveis à entrada ilegal de alimentos que podem trazer risco à saúde. O alerta é do presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Luiz Fernando Carvalho.
Segundo Carvalho, existem 600 pontos no país por onde entram diversos produtos ilegais. Somente em cem, há profissionais para fiscalizar a entrada de produtos. As fronteiras estão desguarnecidas, critica.
De acordo com o vice-presidente da associação, Wilson Roberto de Sá, o problema é mais preocupante nas do Centro-Oeste e do Norte. Principalmente, com a Bolívia e Paraguai, destaca. Apesar de o governo brasileiro buscar acordo com esses países, ele diz que produtos de origem animal e vegetal de toda ordem saem dessas regiões, de matérias-primas a itens industrializados.
Tem manteiga que vem do Mercosul, saí também carne, entra bacalhau, grãos, plantas. Uma série de produtos que podem de uma certa forma representar riscos, destaca Roberto de Sá.
Além da criação de postos fiscais ao longo da fronteira, Roberto de Sá reivindica apoio de órgãos estaduais e da polícia para as atividades de fiscalização. Muitas vezes lidamos com quadrilhas que fazem contrabando e esses são casos para a polícia resolver, ressalta.
Segundo Roberto de Sá, seriam necessários pelo menos mil profissionais para reforçar o quadro de 1,3 mil fiscais agropecuários e atender às necessidades da categoria. O Ministério da Agricultura, no entanto, contratou apenas a metade.
Para o vice-presidente da associação, o aumento no salário, hoje em torno de R$ 3,7 mil, seria uma maneira de o governo estimular e manter o profissional da área. Trabalhamos fora da zona urbana e estamos sempre nos locais mais longínquos. Por isso, tem que ter um salário compatível, reclama.
Em audiência hoje (7) no Senado, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu falhas na fiscalização do leite e reconheceu que os profissionais precisam de melhores condições operacionais, que, segundo ele, "já estão sendo implantadas". Stephanes, no entanto, classificou o trabalho do ministério de eficiente e descartou qualquer risco para a saúde do consumidor.
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