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Política - Nacional

FHC confidencia mágoa por não ter feitos de seu governo exaltados por Serra



Daniela Almeida - Correio Web

Responsável por levar o PSDB à Presidência e uma das figuras mais importantes do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passa longe da campanha tucana ao Palácio do Planalto este ano. Enquanto até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior adversário da legenda, apareceu no programa eleitoral do tucano José Serra, a imagem de FHC restringiu-se aos programas de candidatos a governos estaduais e ao Senado. E, mesmo em aparições públicas de Serra, em debates ou comícios, FHC não está presente.

A blindagem, segundo tucanos envolvidos na estratégia da campanha, teria sido motivada pelos resultados das pesquisas indicando a alta aprovação de Lula pela população (79% segundo o último levantamento do Datafolha), o que poderia significar uma certa rejeição a FHC. “A percepção que ficou para a sociedade é a do nosso segundo governo, que enfrentou uma série de crises, e não do primeiro, que foi de grandes acertos”, avalia um membro do PSDB que prefere não se identificar.

Para interlocutores próximos, o ex-presidente — além de demonstrar preocupação com um quadro que, não imaginavam os tucanos, parece estar decidido muito cedo na campanha presidencial — tem confidenciado estar magoado por não observar os feitos de seus oito anos de mandato em evidência na campanha de Serra. “Ele gostaria de ver as teses do governo dele sendo defendidas”, diz outro integrante do partido.

A estratégia da sigla, segundo especialistas, é um tiro no pé. O isolamento de FHC pode significar uma perda política para o PSDB e para Serra, já que ambos correm o risco de saírem enfraquecidos. “Lula perdeu várias eleições, mas nunca perdeu politicamente, porque ele sempre firmou posição. Na política, você tem que deixar claro quem é você e qual a sua história. O partido deveria reconhecer que o governo FHC, embora não seja um sucesso de público, foi um sucesso de crítica”, diz Carlos Melo, cientista político e professor do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa.

O cientista político da Universidade de São Paulo (USP) Rubens Figueiredo aponta uma lista de conquistas do PSDB quando o partido ocupou a Presidência, entre elas o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que poderiam ser usadas pela campanha. A mudança frequente de postura e a tentativa de colar a imagem de Serra à de Lula, na avaliação de Figueiredo, tende a confundir a cabeça do eleitor. “Não se constrói uma ideia de partido se não se passa para a sociedade uma postura. De dia, o PSDB critica Lula. À noite, afaga o presidente, e não defende aquilo que o próprio PSDB fez. É como uma biruta de aeroporto, que ninguém entende para onde vai.”

Sob os holofotes, no entanto, o ex-presidente minimiza sua ausência ao lado do candidato tucano. Esta semana, durante um evento no instituto que leva seu nome, em São Paulo, ao ser questionado pelo Correio se não estaria distante da campanha à Presidência, FHC respondeu com uma crítica a Lula: “Apareço da maneira como acho que um ex-presidente deve aparecer, dando ideias, discutindo, mas não sou militante. Acho que é uma certa incompatibilidade de postura. Cada um defende a sua. Tem uns que defendem como o presidente Lula. Ele é um militante. Esqueceu que é presidente de todos nós para ser (presidente) de uma facção”. A alfinetada, no entanto, veio seguida de um quase desabafo. “Não corresponde mais a mim estar no dia a dia. Já dei muito de mim no dia a dia”, disse.

Coordenação

O senador por Pernambuco e presidente do partido, Sérgio Guerra, afirma que a não aparição no programa eleitoral foi uma decisão da coordenação da campanha. “Até agora, apareceu apenas o Aécio (Neves, ex-governador de Minas Gerais e candidato ao Senado)”, justifica. Segundo Guerra, a atuação de FHC se dá nos bastidores. “Nenhuma decisão importante do partido acontece sem ele. Ele é o que mais colabora com o partido.” O senador não descarta a aparição do ex-presidente no programa eleitoral.

Fonte: Correio Web

 

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