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Política - Nacional

Ética e escândalos de corrupção marcam primeiro debate entre Lula e Alckmin


Agência O Globo RIO - Os escândalos de corrupção do governo Lula e a discussão sobre ética nas administrações de petistas e tucanos foram os assuntos predominantes no primeiro debate do segundo turno entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. O encontro deste domingo foi no estúdio da TV Bandeirantes, em São Paulo. Com as propostas para governar o país como coadjuvante no cenário, Lula e Alckmin cobraram explicações sobre irregularidades nos governos federal e de São Paulo. A compra de um dossiê contra candidatos tucanos e a descoberta das máfias dos sanguessugas e dos vampiros foram lembradas no primeiro bloco. Alckmin perguntou sobre a origem do dinheiro do dossiê. Lula lembrou que os problemas de corrupção começaram no governo do seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, e citou CPIs engavetadas no governo de São Paulo. - De onde veio o dinheiro sujo, R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo, para comprar esse dossiê fajuto? - questionou o tucano. - O governador deve olhar na cara do povo brasileiro e dizer a verdade. Foram 69 CPIs engavetadas. Quem não deve não teme. E eu não tenho medo de apurar a verdade - rebateu Lula. O segundo bloco foi marcado pela comparação entre realizações e casos de corrupção no governo Lula e nas administrações dos tucanos. Alckmin começou no ataque, dizendo que "nunca antes o Brasil teve cinco ministros denunciados pelo procurador da República ou pela polícia por corrupção". Ele citou José Dirceu, Luiz Gushiken, Humberto Costa, Antonio Palocci e Anderson Adauto. Lula, por sua vez, respondeu que "antigamente o que se fazia era levantar o tapete e jogar toda a sujeira embaixo". No terceiro bloco, Alckmin atacou a política externa do governo e criticou a postura do presidente na crise do gás com a Bolívia. Lula reagiu comparando o ex-governador ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush: - Se o Bush tivesse bom senso, como eu tenho, não teria havido a guerra do Iraque. Ele foi avisado e poderia ter ouvido o conselho do Brasil, da França, da Alemanha, mas não seguiu porque pensava que nem você, Alckmin, e fez uma barbárie dessas. Alckmin rebateu, referindo-se ao episódio com a Bolívia: - Por trás desse palavrório todo, há um presidente fraco. O aerolula, avião comprado pelo governo para as viagens do presidente, dominou o quarto bloco. Alckmin prometeu: - Vou vender o Aerolula e construir cinco hospitais com o dinheiro. O presidente disse que tratava-se de uma sandice do adversário e afirmou que o tucano não vendeu aviões quando foi governador de São Paulo. As privatizações e propostas para a educação foram os temas do bloco de encerramento do debate. Alckmin perguntou a Lula onde, no programa dele, estava escrito que ele privatizaria a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, os Correios e o Banco do Brasil. - O dossiê não deu certo e começou a boataria. Eles dizem que vou privatizar. Meu programa está aqui, tem 216 páginas, 32 capítulos, onde está escrito que vou privatizar? - questionou. Lula, por sua vez, cobrou a ausência do estado de São Paulo no Prova Brasil, avaliação feita pelo governo federal das escolas de ensino fundamental. - São Paulo foi o oitavo colocado no Enem e não aceitou participar da Prova Brasil. Afinal, qual é a sua proposta para a educação? Considerações finais Em seguida, os dois candidatos fizeram a despedida. Lula agradeceu ao povo brasileiro e falou da necessidade de investir em desenvolvimento e se criar mais empregos. - O emprego é que dá dignidade ao ser humano - afirmou. Em sua fala final, Alckmin disse que seu primeiro compromisso no governo será com o desenvolvimento. - O PT já teve sua chance e não fez. Meu primeiro compromisso é emprego e renda. Esse é o caminho para diminuir a desigualdade e acabar com a pobreza. Segundo a assessoria da TV Bandeirantes, a audiência média do debate, apurada pelo Ibope, ficou em 14,2 pontos, com pico de 20. Durante o programa, a emissora chegou a ocupar o segundo lugar.

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