Sábado, 20 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Estudantes fazem dia nacional em defesa da educação


Gente de Opinião

Por Sarah Fernandes, da RBA - Estudantes de diversas cidades do país fazem amanhã (24) o dia nacional em defesa da educação, data em que deve ser votada na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. Eles vão protestar contra a reforma no ensino médio, prevista na Medida Provisória 746, e a retirada de recursos na educação inserida na proposta do governo Michel Temer de congelar por 20 anos os investimentos públicos.

Os estudantes ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE), à União Estadual dos Estudantes (UEE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) preparam uma série de ações em universidades e escolas. “Um dos principais riscos da aprovação da PEC 241 é o não cumprimento do Plano Nacional de Educação, que previa uma expansão de investimentos na área até atingir 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação”, disse a presidenta da UNE, Carina Vitral.

Pelas redes sociais, a UNE está convocando professores, secundaristas, universitários e técnicos administrativos a se mobilizarem em suas universidades, escolas e cidades contra a PEC.

Em São Paulo, a partir das 18h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, os estudantes se juntarão com sindicatos e movimentos sociais em um ato amplo contra a PEC 241. Participarão, entre outros, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o Fórum de Educação, centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

“Com esse congelamento, na prática não será possível manter os programas do tamanho que estão e muito menos abrir novas vagas. A tendência é que as universidades diminuam suas vagas e que programas como o Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) sejam também reduzidos para caber no orçamento”, afirmou a presidenta da UEE, Flávia Oliveira. “Vai ser um dia de luta. Estamos diante de um risco que a educação se precarize e que haja um processo de diminuição de vagas.”

Na noite de quarta-feira (19), estudantes ligados à UEE fizeram panfletagens em diversas universidades da capital paulista alertando sobre riscos de cortes no Fies, apesar de o Congresso ter liberado nesta semana crédito extraordinário de R$ 702,5 milhões para pagar mensalidades de estudantes matriculados em universidades privadas atrasadas há quatro meses.

“Não se trata de um problema pontual, mas de algo que pode ser recorrente e precisamos estar organizados para responder da maneira mais rápida possível. O dinheiro foi liberado, mas os contratos ainda não foram auditados”, diz Flávia.

Os estudantes também protestarão contra a reforma do ensino médio, que foi anunciada pelo governo Temer em 22 de setembro. A medida foi duramente criticada por especialistas, que defendem que ela é ultrapassada e que fragmenta a formação. A reforma prevê a flexibilização do currículo para que os alunos escolham entre as áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia deixam de ser obrigatórias e os professores não precisariam mais ter diploma de licenciatura.

“A nossa principal discordância é quanto ao método. Há mais de dez anos estamos discutindo a necessidade de uma reforma, que já está prevista no Plano Nacional de Educação. O governo fez essa mudança de forma arbitrária, por medida provisória, sem debater com a sociedade, com os estudantes e com os educadores”, diz Carina, da UNE. “Com tão pouca democracia, o projeto não atende às necessidades da escola pública, restringe o currículo e transforma a escola em um local de formação mecânica de alunos.”

A PEC 241 congela os gastos públicos por 20 anos, prevendo apenas o reajuste pela inflação. Segundo professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), se a lei valesse desde 2005, os recursos para a área em 2015 teriam caído de R$ 98 bilhões para apenas R$ 24 bilhões. O crescimento de 100% em vagas nas universidades federais desde 2003 e de mais de 400% no número de mestres e doutores desde 1996 não teria ocorrido.

Gente de OpiniãoSábado, 20 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Sábado, 20 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)