Segunda-feira, 11 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Escravidão urbana é tão grave quanto no meio rural


Daniella Jinkings
Agência Brasil

Brasília – A escravidão urbana é um problema tão grave quanto o trabalho escravo no meio rural, segundo o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Renato Bignami. De acordo com ele, muitos trabalhadores explorados nas grandes cidades são estrangeiros. Eles ficam confinados em locais pequenos e sem condições de trabalho, geralmente localizados em comunidades pobres.

O caso mais emblemático de trabalho escravo em meio urbano ocorreu no ano passado em São Paulo. Em junho, o Ministério Público do Trabalho e o MTE descobriram 51 pessoas (46 bolivianos) trabalhando em condições precárias em uma confecção contratada pela Zara em Americana, no interior paulista. Os trabalhadores eram submetidos a uma jornada média de 14 horas e recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida. No mês seguinte, foram encontrados 14 bolivianos em condições semelhantes em duas confecções na cidade de São Paulo.

“O trabalho escravo em meio urbano é combatido da mesma forma que o trabalho escravo encontrado no campo. A escravidão moderna tem uma cara perversa de exploração, de tratamento desse trabalhador como uma coisa e não como um ser humano, de degradação do ambiente de trabalho e de aumento dos riscos”, disse Bignami.

Para combater a prática, o MTE criou uma lista em 2004 na qual detalha os empregadores que submeteram trabalhadores à condição análoga à de escravo. Conhecida como lista suja, a publicação tem hoje 292 empregadores listados. Para o secretário, a lista suja não é um instrumento de punição. “Deixa o cidadão comum ter a consciência de que determinada empresa está envolvida com trabalho em condição análoga à escravidão”.

Para o presidente da organização não governamental Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, o trabalho escravo é resultado da ganância, da pobreza e da impunidade. “Faltam recursos públicos e maior empenho dos atores políticos, econômicos e da sociedade [para a erradicação do trabalho escravo]”. Segundo ele, apenas a lista suja não garante o combate ao trabalho escravo. Também é necessário ter amparo constitucional.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo (438/01), que pode ser votada hoje (8) na Câmara dos Deputados, tem como objetivo erradicar essa prática. A proposta prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde for constatado trabalho escravo.
 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 11 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Gente de Opinião Segunda-feira, 11 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)