Domingo, 8 de agosto de 2010 - 11h07
Os 10% de intenções de votos depositados sobre Marina transformam a candidata do PV em alvo de elogios e afagos dos rivais, todos de olho no potencial do eleitorado da ex-ministra para definir a eleição
Correio Braziliense
» Denise Rothenburg
» Ivan Iunes
» Diego Abreu
O percentual próximo dos 10% alcançado nos últimos levantamentos de intenções de voto para presidente consolidam cada vez mais Marina Silva (PV) como fiel da balança nas eleições. Se, por um lado, a candidata verde tem remotas chances de alcançar o segundo turno, o índice atual coloca sobre a candidatura um escudo protetor contra ataques. Ao passo em que Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) trocam acusações diárias, praticamente inexistem torpedos contra Marina. O “cessar-fogo” contra ela tem um motivo: caso o novo presidente não seja decidido no primeiro fim de semana de outubro, são os votos da senadora acriana que pavimentarão o caminho de Dilma ou de Serra até o Palácio do Planalto.
Desde o início da campanha, o movimento é um só. Do DEM ao PSol, ninguém ataca a candidata do PV à Presidência da República. Ela ganhou uma saraivada de elogios do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista. Os principais adversários, José Serra e Dilma Rousseff, já se desdobraram em cortesias para a ex-petista.
Não por acaso, Marina foi a mais bem tratada pelos dois adversários no debate de quinta-feira, da Rede Bandeirantes. “O bom senso aconselha a não atacá-la e até buscar a sintonia com ela em alguns momentos”, comenta o cientista político Antônio Lavareda.
Essa condição de “café com leite”, conforme comentam alguns políticos nos bastidores, tem vários motivos. O mais visível é cortejar a candidata para garantir o apoio dela num eventual segundo turno. Marina tem hoje, segundo o Ibope, 9% dos votos válidos, quase o dobro da diferença entre Dilma e Serra, que é de 5% para o mesmo instituto. Se continuar nesse patamar, força Dilma e Serra a disputarem a eleição no segundo turno. A intenção de Marina é não apenas forçar, mas participar do embate final das urnas.
“Nossas pesquisas internas mostram que as pessoas que hoje votariam em Marina dificilmente migrariam os votos. É uma intenção mais consolidada até do que a de Dilma ou Serra. Por isso, ainda acreditamos que é possível atrair indecisos e conseguir alcançar o segundo turno”, aposta um dos coordenadores da campanha verde, Luciano Zica.
Cenário
Os partidos já fizeram uma comparação do desempenho de Marina com o de Heloísa Helena, do PSol, na eleição de 2006. E a conclusão é a de que se Heloísa obteve 7% dos votos válidos quando foi candidata, Marina terá mais, ainda que não tenha tanto tempo de TV para expor sua plataforma. Até porque é considerada com maior amplitude política do que a sua antiga e aguerrida colega de Senado. E tem como vice o empresário Guilherme Leal, que ajuda a dar um peso à candidatura em outros setores que não o ambientalista.
Os analistas acreditam que Marina só terá menos que os 9% de hoje se Dilma ou Serra se descolarem muito um do outro a ponto de correrem o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. Nesse caso, ela poderia perder o “escudo anticríticas”. Em um cenário que aponte para a definição no primeiro turno, a tendência do eleitorado que não gostaria de ver a vitória de Dilma ou de Serra, mas vota em Marina, é jogar os votos para o segundo colocado de forma a tentar virar o jogo. Mas, ainda assim, avisam os políticos, é difícil o eleitor partir para essa estratégia porque o brasileiro, de um modo geral, prefere a eleição em dois turnos.
De qualquer forma, ao adiar a decisão para 28 de outubro, a posição de Marina entre petistas e tucanos ainda é uma incógnita. Vários dos ex-companheiros da candidata, assim como ela, saíram do PT há menos de um ano. “O que nós petistas e ex-petistas vivemos juntos é forte. Mas há uma racionalidade política e teremos de discutir isso à frente”, afirma Zica. Para David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília, mesmo com o cordão umbilical recém-cicatrizado com os petistas, antigas divergências com Dilma podem jogar o apoio da candidata verde no colo dos tucanos. “O provável é que Marina escolha a neutralidade entre Dilma e Serra. Mas, se tiver de apoiar alguém, me parece provável que seja o Serra, por conta dos atritos com Dilma quando as duas participavam do governo Lula”, diz Fleischer.
APOSTA NOS PROGRAMETES
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