Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Dilma recebe o país com crescimento e emprego em alta


 
Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de pelo menos 7,5% em 2010, o maior em 25 anos, podendo chegar a 8%, acima, portanto, do registrado em 1985 (7,8%), e geração de emprego recorde, o novo governo se inicia num cenário econômico favorável, mas não sem indicativos de preocupação.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram criadas no país 138.247 vagas de trabalho com carteira assinada no mês de novembro, considerado o saldo entre demissões e admissões. Trata-se do maior número já alcançado na série histórica do ministério para meses de novembro. No ano, até novembro, o Brasil criou 2,54 milhões de empregos, outro recorde.

A taxa de desemprego, medida pelo IBGE em seis regiões metropolitanas, chegou em novembro a 5,7%, a menor desde o início da série da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002. Houve uma queda de 1,7 ponto percentual em relação a novembro de 2009.

A economia aquecida, contudo, traz de volta inquietações com a inflação, que em novembro foi de 0,83% (IPCA), o maior índice desde abril de 2005. No acumulado de doze meses, o índice oficial do governo atingiu 5,63%, acima do centro da meta de inflação, que é de 4,5%. A inflação em alta alimenta expectativas do mercado de aumento de juros básicos em 2011, apesar de o país já ter a maior taxa real do mundo. O possível aumento da Selic, hoje em 10,75%, tende a reduzir o ritmo de expansão da economia e aumentar a pressão sobre o câmbio, deixando o real ainda mais valorizado. A própria ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central sinaliza uma subida de juros em 2011.

A persistente questão do câmbio animou, neste final de ano, o debate recorrente sobre se o país teria entrado em processo de desindustrialização, como afirmam entidades empresariais. Os dados da balança comercial suscitam inquietações. As importações apresentaram, até a segunda semana de dezembro, alta de 30,3% com relação à segunda semana de dezembro de 2009. As exportações aumentaram 38,3% no período, mas foram puxadas principalmente por produtos básicos, como grãos e minérios, com alta de 75,9%. A exportação de manufaturados aumentou 10,4%. Já a importação de aparelhos eletroeletrônicos, por exemplo, cresceu 42%.

Mas o clima é otimismo nas famílias brasileiras sobre a economia em 2011. De acordo com o Índice de Expectativas das Famílias, calculado pelo Ipea e divulgado em dezembro, em 64% dos lares se acredita numa melhora da economia nacional nos próximos 12 meses. Três em cada quatro famílias consideram que sua situação econômica melhorou nos últimos 12 meses.

Para o chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, Milko Matijascic, o resultado é promissor: "As famílias estão otimistas e esse otimismo tem evoluído a cada mês. A maior parte delas vê segurança na posição profissional e está propensa a consumir bens duráveis".

Para o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas, o bom momento na economia não pode encobrir a necessidade de fazer mudanças com vistas à redução do déficit público e ao controle da dívida, inclusive reestruturando-se a Previdência. O governo, segundo ele, precisará gastar menos para induzir o aumento da poupança interna.

- O que o Brasil tem muito são desafios pela frente. Não dá para deitar em berço esplêndido num país como o nosso. O principal desafio é como sustentar uma taxa de crescimento relativamente elevada e sustentável - afirma.

Ele prevê uma reversão, no prazo de um a três anos, da atual situação favorável de fluxo de capitais para os países emergentes, da qual o Brasil se beneficia.

- A situação mundial, que é bastante favorável aos países emergentes, é transitória. A partir do momento em que os países desenvolvidos superarem suas crises, o fluxo de recursos para os países emergentes vai diminuir muito. Nós temos de nos preparar para essa situação, uma vez que o Brasil terá de poupar mais para compensar a redução do fluxo de poupança externa.

Desigualdade regional

O Ipea publicou também em dezembro um estudo sobre as desigualdades regionais na economia brasileira, com base na evolução do PIB dos estados entre 1995 e 2008. A conclusão é de que houve uma desconcentração da atividade econômica, mas nada de substancial. O PIB por habitante do Norte e do Nordeste ainda é de metade da média nacional. Dois estados, São Paulo e Rio de Janeiro concentram 45% do PIB brasileiro. No ritmo atual, o Nordeste só passaria a ter um PIB equivalente a 75% do nacional em 2074.

O IBGE também pesquisou a desigualdade regional, mas com relação aos municípios. Os dados, tendo como base 2008, divulgados em dezembro, indicam que seis capitais - São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus - concentram 25% do PIB do país. Apenas o município de São Paulo responde por 11,8% da produção de riqueza nacional.

Fonte: Rafael Faria / Agência Senado


 

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)