Sábado, 23 de outubro de 2010 - 14h03
Marli Moreira*
Agência Brasil
São Paulo - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rebateu hoje (23) as acusações de que encaminhou pedidos à Secretaria Nacional de Justiça, ligada ao Ministério da Justiça, para a elaboração de supostos dossiês. A informação foi divulgada pela revista Veja, que informou ter acessado gravações de conversas que comprovam a denúncia. A candidata negou as informações durante entrevista coletiva em São Paulo.
“Eu nego terminantemente esse tipo de conversa às vésperas das eleições. Gostaria muito que houvesse, por parte de quem acusou, a comprovação e a prova de que alguma vez fiz isso”, reagiu Dilma. “É muito fácil, na última hora, na semana da eleição, criar uma acusação contra a pessoa sem prova alguma. É grave utilizar desses métodos nesta reta final.”
A candidata reiterou que não tem relação alguma com as acusações. “Quero, mais uma vez, confirmar que nego terminantemente e repudio esse tipo de acusação, absolutamente sem provas”, disse. “Eu nego terminantemente e acredito que algumas pessoas teriam alguma razão para fazer isso [levantar falsas denúncias]. Não me coloque no meio de práticas que eu não tenha relação alguma”, afirmou, sem mencionar nomes.
A revista Veja desta semana publica reportagem sobre supostas gravações feitas no gabinete do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, de conversas com funcionários do Ministério da Justiça. Nos diálogos, Tuma Júnior cita o desconforto de Pedro Abramovay – que o sucedeu na secretaria - por receber eventuais pedidos para a elaboração de dossiês.
Nos diálogos, reproduzidos na revista, Abramovay cita a candidata Dilma Rousseff e o chefe de gabinete do presidente da República, Gilberto Carvalho. Em uma das conversas, Abramovay afirma “não aguentar mais” receber pedidos dos dois para a confecção de dossiês. Na revista não há informações se as gravações foram feitas com autorização legal.
Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram hoje campanha política em duas cidades paulistas – Diadema e Carapicuíba. Em Diadema, houve uma caminhada. Em Carapicuíba, uma carreata. Além da primeira-dama Marisa Letícia, também participaram os senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante, ambos do PT de São Paulo, e a senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP).
Perguntado sobre a reportagem da Veja, o presidente Lula afirmou hoje que não leu a revista e, portanto, desconhecia as informações sobre supostos pedidos de elaboração de dossiês por parte de Dilma e Carvalho.
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