Domingo, 3 de outubro de 2010 - 07h37
Mariana Jungmann
Agência Brasil
Fortaleza - Os cerca de 5,8 milhões de eleitores cearenses – 10% deles analfabetos – irão às urnas hoje (3) em meio a um processo de mudanças no perfil político do estado. De acordo com o doutor em ciências políticas da Universidade Federal do Ceará, Francisco Josênio Parente, desde a redemocratização brasileira o Ceará vem observando alterações no comportamento dos eleitores. “A ideologia ainda não consegue vencer os votos de um esquema tradicional que existe na região. Mas é um processo que está mudando nos últimos anos de forma significativa, embora ainda não seja o suficiente”, afirma o professor.
De acordo com Parente, as mudanças que ocorrem em todo o país com a transferência de renda e o crescimento econômico se refletem também no estado. Para ele, existe uma tendência de ideologização do voto que se desenha aos poucos no Brasil em geral e no Ceará em particular. Esse movimento é pela chegada ao interior do estado de instituições que antes estavam apenas na capital. É o caso das faculdades e de bancos, que levam consigo o movimento estudantil, sindicatos e grupos de militantes de esquerda.
Além disso, segundo ele, o aumento da renda provoca uma certa independência nos municípios, o que também altera o jogo de poder. “Sempre tivemos grupos sem ideologia definida no sentido de se colocar à esquerda ou à direita politicamente”, lembrou.
O resultado dessa mudança, de acordo com ele, é o crescimento da importância dos partidos políticos no jogo eleitoral. O voto que antes era personalizado começa agora a levar em conta o posicionamento do partido ao qual o candidato pertence. Em resposta, segundo Parente, os partido procuram se distanciar dos rótulos mais radicais como de extrema direita ou extrema esquerda.
“O PT procura empurrar o PSDB para a direita, e ficar com o título de centro-esquerda. O PSDB por sua vez procura evitar esse rótulo e também quer se posicionar como centro-esquerda e lembrar as posturas radicais do PT”, afirma o professor.
Apesar dessas mudanças, o professor explica que algumas características tradicionais das eleições no estado ainda são muito fortes. Segundo ele, por exemplo, a grande sensibilidade aos períodos de seca que afetam o Ceará é capaz mudar a preferência política de eleitores, fazendo com que um único grupo não consiga se manter no poder por muito tempo. Nesse contexto, de acordo com ele, apesar de o atual governador Cid Gomes ter ampla margem de pontos nas pesquisas, que indicam vitória dele no primeiro turno, não será surpresa se tudo mudar e houver segundo turno no estado.
“Na realidade o Ceará tem dois grupos que brigam pelo poder. Nas características econômicas, o estado é mais sensível às secas e isso desestabiliza qualquer político. Nenhum grupo consegue ter hegemonia por mais de 12 anos, daí a alternância. Essa é a singularidade do Ceará”, diz o cientista político.
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