Quinta-feira, 27 de novembro de 2008 - 22h20
Mariana Jungmann e Juliana Nunes
Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma jovem colombiana emocionou o público que participou hoje (27) do 3º Congresso Mundial de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no Rio de Janeiro.
Diante de ministros, como a brasileira Dilma Roussef, e Alan Campbel, do Reino Unido, Mariela Mercado, de 18 anos, falou enfaticamente sobre a necessidade dos jovens serem ouvidos quando o assunto é exploração sexual infantil.
"Isso interfere diretamente em nossas vidas, nossa opinião e nossas sugestões devem ser respeitadas", disse durante o discurso que foi aplaudido de pé.
Em entrevista à Agência Brasil, ela contou que faz parte, na Colômbia, das organizações World Vision e Movimento Nacional de Meninos, Meninas e Jovens. Esta última oferece cursos sobre direitos humanos, ética, cidadania e capacitação para pais de crianças em situação de vulnerabilidade social. "Ensinamos valores, boas práticas, como respeitar ao próximo mesmo sendo competitivo", relatou Mariela.
Segundo ela, a exploração sexual na Colômbia está ligada à pobreza. As crianças são seduzidas por pessoas que oferecem roupas e celulares que elas e seus pais não podem comprar. "São formas de ganhar as crianças e adolescentes que não têm condições econômicas para comprar uma roupa bonita", explica.
Para Mariela, o problema não está ligado a lacunas legislativas, e sim, à falta de interesse político por parte do governo. "Nossa constituição é uma carta com muitos artigos e está completa. Mas nossas leis estão completas somente no papel, porque a integralidade do texto constitucional não se reflete na realidade".
Cursando o segundo ano de Direito, ela conta que no país existe um Código da Infância e da Adolescência para proteger os meninos e meninas. "Apesar de existirem tantas leis para proteger as crianças, há muitas delas que são vítimas de violência sexual e intra-familiar", lamenta a filha de professores que mora numa pequena cidade campesina, no norte do país.
Além de atuar na Colômbia, a organização não-governamental World Vision, trabalha com crianças em situações de risco em lugares como Camboja, Tailândia e República Dominicana.
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