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Política - Nacional

Chefões ganham fortunas e constroem impérios vendendo droga para o Rio


Fazendas luxuosas, carrões com performance e engenharia do tipo 007, seguranças de prontidão 24 horas e um mar de dinheiro disponível na conta bancária. Assim é a vida dos "barões da droga", os homens que ganham fortuna e construíram um império com o lucro da venda de drogas da Bolívia para o Rio de Janeiro. São eles que transformam em cocaína as folhas de coca e a revendem por 20 ou 30 vezes a mais do que o preço pago aos agricultores bolivianos. Bem mais: 'governam' seus territórios com mãos de ferro, impõem a lei do terror e têm no currículo centenas de mortes.

São figuras como o 'brasiguaio' Jarvis Chimenes Pavão, dono de empresas de importação e exportação e que na semana passada teve uma de suas fazendas (a Estância Quatro Filhos, no Paraguai) invadida por policiais da DEA (a agência norte-americana de combate ao narcotráfico). Nela, os agentes descobriram 117 quilos de cocaína e o luxo em que vivia o trafi cante. Além de quatro mansões, a residência tinha academia, piscina, sala de boliche e até uma igreja.

Processado no Brasil por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, o trafi cante é um dos cinco homens cuja foto está estampada nos cartazes espalhados pela fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Todos são acusados de vender no Brasil a cocaína processada na Bolívia por bandidos bolivianos e colombianos. Outras 'estrelas' das placas são o carioca Igor Fabrício Vieira Machado, ligado a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o gaúcho Erineu Domingos Soligo, o Pingo, ligado à facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).

Outro medalhão do crime é Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, que opera tanto na fronteira do Paraguai como na Bolívia. Considerado foragido da Justiça, ele é dono de 16 fazendas e 10 mil cabeças de gado. Eram dele as duas toneladas de cocaína apreendidas pela Polícia Federal, em 2005, dentro de peças de bucho bovino, num frigorífico do Mercado São Sebastião, no Rio de Janeiro. A droga, avaliada em R$ 70 milhões, tinha Portugal como destino.

O tráfico de drogas na Bolívia também guarda similaridade com a máfia italiana. A principal é ter famílias no comando dos negócios. Cada região tem um clã respondendo pela produção da pasta-base e, durante 30 anos, os grupos viveram um reinado com direito a financiar políticos e a ditar a economia. Com a prisão dos líderes, no final da década de 90, e com a campanha de erradicação da coca promovida pelos Estados Unidos, cinco novas famílias assumiram o controle do tráfico na Bolívia. Apenas duas estão indentificadas pela Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico boliviano.

Os principais locais de ação das quadrilhas são Trindade Santana, no Beni, Monteiro e Okinawa, em Santa Cruz de La Sierra. Hoje, as famílias são discretas, deixaram a badalação e usam laranjas para mascarar o negócio. Um dos capos é dono de uma extensa fazenda, em Monteiro, e teve o filho seqüestrado há dois anos. Nada comparado ao ex-capo boliviano Roberto Gomez, morto em 2000. Ele propôs pagar um terço da dívida externa boliviana em troca do perdão da Justiça.

Coisa de cinema

Um italiano no comando na Bolívia e um libanês radicado no Paraguai. É a dupla nitroglicerina-pura do tráfico, acusada pelos agentes de narcóticos americanos e da Interpol de chefiar o crime organizado nos dois países. Os dois nunca colocaram a mão em cocaína. Atuam na logística e na coordenação dos negócios.

O italiano é Marco Marino Diodato, um ex-policial da Itália, que chegou à Bolívia nos anos 80 e passou, informalmente, a treinar os agentes especiais do Exército. Casou-se com a sobrinha do general Hugo Banzer, duas vezes presidente da Bolívia, e passou a comandar o jogo em La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra.

Um pulo para Diodato chegar ao tráfico, acusação que o levou a ser preso em 2002 e condenado a 10 anos de prisão, em janeiro de 2004. Fugiu da clínica Bilbao, em Santa Cruz, onde cumpria pena sob alegação de problemas de saúde. Um mês depois, teria organizado a explosão de carro que matou a promotora Mônica Von Borries, encarregada da investigação que o ligou às drogas.

Já o libanês que atua no Paraguai é Fuad Jamil George, condenado a 35 anos de detenção, que na década de 80 fez fama e dinheiro com o contrabando de armas e montou um grupo político-policial para dominar a vida em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Transformou-se no "barão da fronteira" e passou a cobrar pedágio para os traficantes, foragidos e contrabandistas. Não demorou e passou a financiar o tráfico de drogas. Andava num Cadillac com pneus especiais, que lhe permitiam rodar dois quilômetros depois de metralhado. Coisa de cinema. Fonte: INFOSEG (O Dia)

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