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Política - Nacional

Carnaval: Aluguel de apartamento pode chegar R$ 20 mil


Victor Longo
Correio - Bahia

Já está tudo organizado para a folia de momo de 2013. A assessora jurídica Camila Cavalcanti, 25 anos, não vê a hora de desembarcar em Salvador, no início de fevereiro, para curtir mais um Carnaval na cidade. Ela vem do Recife acompanhada do namorado Zé Maria e do amigo Reny, e garante já estar pronta para ir atrás do trio encarando a “pancada do Chiclete”. Para seguir os caminhos da banda liderada por Bell Marques, Camila viaja o Brasil, encara a multidão na avenida e enfrenta o calor do Verão soteropolitano. “A gente adora o Chiclete com Banana, é uma coisa inexplicável, amor mesmo”, conta, ao falar sobre a relação dos três com a banda.

No entanto, Camila admite não abrir mão do conforto de um apartamento bem equipado dentro do circuito. “O calor do Carnaval de Salvador é um calor bom, mas não dá para aguentar tudo sem um pouquinho de mordomia, né?”, brinca. “Tem que poder tomar um banho em um banheiro legal e tirar um cochilo de 10 minutos no ar-condicionado, deitada numa boa cama, senão ninguém aguenta”.
A fim de aliar o amor pelo Chiclete a alguns momentos de conforto, Camila, Zé Maria e Reny se uniram para alugar um apartamento quarto e sala mobiliado no edifício Farol Barra Flat, na Barra. Para passar a semana da folia de momo no local, o grupo pagou R$ 5,5 mil à imobiliária APJ Imóveis, especializada em aluguéis por temporada. O apartamento tem itens como geladeira, fogão e mobília, além de regalias como ar-condicionado e TV a cabo - que têm sido cada vez mais exigidos pelos foliões locatários, segundo representantes do mercado imobiliário local.

De acordo com levantamento feito pelo CORREIO com corretores especializados, um apartamento quarto e sala no circuito Barra-Ondina (Dodô), que esteja bem conservado, mobiliado e equipado com ar-condicionado e outros itens, custa a partir de R$ 4 mil para uma temporada de sete dias. No entanto, é possível encontrar imóveis com preços mais em conta em ruas próximas, mas que não estejam dentro do circuito, e alugando diretamente com o proprietário.
A depender do nível de conservação, do luxo e dos equipamentos disponíveis, o preço de um quarto e sala pode chegar a R$ 10 mil, segundo dados da APJ Imóveis.

Os apartamentos de dois quartos com localização e condições semelhantes variam entre R$ 6 mil e R$ 15 mil, enquanto o de três quartos vai de R$ 8 mil a R$ 20 mil, de acordo com a mesma fonte. “Nesse período de Carnaval, o circuito Barra-Ondina, que é o principal, tem uma procura muito grande. Por isso, o preço do aluguel por uma semana triplica e até quadruplica em relação ao preço de mercado por um mês. Como consequência, muitos moradores da região chegam a sair das suas casas com o objetivo de colocar o apartamento para alugar”, explica a corretora Anna Paula Seixas do Carmo.

No circuito Campo Grande-Avenida Sete (Osmar), no Centro de Salvador, a valorização do aluguel no período do Carnaval chega aos 300%, segundo a corretora Consuêlo Leal, da imobiliária Consuêlo Leal Imóveis. “Por exemplo, um apartamento de três quartos no Campo Grande, que esteja mobiliado e bem equipado, cujo aluguel por um mês custa R$ 2,5 mil normalmente, pode chegar a R$ 10 mil no Carnaval”, calcula. “Mas é claro que essa valorização não vale para qualquer apartamento. É preciso estar nas condições exigidas pelos clientes, ter ar-condicionado em pelo menos um dos quartos, cortina com blecaute, bons móveis, TV por assinatura”, enumera.

Bairros

Para quem não pode pagar por um apartamento em um dos principais circuitos do Carnaval, outra opção é alugar um imóvel em bairros mais distantes, como Rio Vermelho e Pituba. “Tem muitas pessoas que vêm passar o Carnaval aqui e que preferem não ficar no interior do circuito, porque podem curtir o Carnaval um ou dois dias e depois ficar mais afastado da multidão”, conta Consuêlo. “Além disso, o preço fica um pouco melhor quando o imóvel está mais distante”.
Apesar disso, os aluguéis em bairros mais afastados também aumentam consideravelmente nesta época do ano. Um apartamento de três quartos na Pituba, que esteja mobiliado e bem equipado, cujo aluguel custa R$ 2,5 mil em condições normais, pode chegar a R$ 5 mil para o período de uma semana no Carnaval, segundo cálculos da corretora.

De acordo com o segundo vice-presidente do Conselho Regional de Corretores Imobiliários da Bahia (Creci-BA), José Alberto de Vasconcelos, o aumento em outros bairros, ainda mais afastados do circuito, segue a mesma lógica. “O preço do aluguel fica mais ou menos o dobro do valor normal nessa época”, calcula. Porém, ele lembra que ao levar em consideração que o período médio da temporada é de apenas uma semana, o aumento real em comparação com o mês comum do aluguel é bem maior. Em alguns casos, o aluguel por temporada no Carnaval, mesmo fora do circuito, chega a ser 15 vezes mais caro que o preço em outro período.

Desvalorização

Apesar do aumento sazonal no preço do aluguel, representantes do mercado imobiliário têm apontado que a diminuição da procura por apartamentos para a temporada de Carnaval, nos últimos anos, tem levado à queda nos valores cobrados. “A imagem da cidade está muito prejudicada. Muitos turistas têm associado a imagem de Salvador a um lugar perigoso, malcuidado, e isso acaba levando à queda da demanda”, explica Consuêlo Leal. “Essa questão, aliada a outras, como o aumento do custo de vida, tem feito o mercado dos aluguéis por temporada desaquecer”.

A corretora menciona um antigo apartamento na Barra, em uma das vias internas, que já chegou a ser alugado por R$ 7 mil em carnavais passados. “Hoje, o proprietário está tendo sérias dificuldades para alugar por R$ 3 mil”, relata. Além da imagem prejudicada da cidade e do aumento do custo de vida em todo o país, ela aponta a maior exigência dos locatários, que têm sido mais criteriosos na escolha dos imóveis. “Um apartamento que não esteja bem equipado e mobiliado não é alugado com facilidade”

Alugar a distância requer cuidado redobrado por parte do locatário
Muito comum no período do Carnaval, o aluguel por temporada com pagamento antecipado a distância exige cuidado especial por parte do locatário, para evitar cair em armadilhas. O alerta é do vice-presidente do Creci-BA, José Alberto de Vasconcelos. "Antes de alugar na mão de alguém, é importante saber se aquela pessoa é um proprietário confiável ou corretor imobiliário autorizado. O que vemos muito é gente depositando dinheiro em conta e depois verificando que o apartamento que alugou não existe. Há muitos casos do tipo", adverte.

Ele ainda recomenda sempre procurar informações sobre o locador, assim como pedir a ajuda a algum amigo morador da cidade no sentido de fazer uma visita ao imóvel. "Há muita oferta de imóveis para temporada pela internet, mas o meio virtual é traiçoeiro. Quando você vê uma foto de um imóvel pela internet, não tem como saber se corresponde à realidade, ou se foi tirada quatro, cinco anos antes".

Vasconcelos acrescenta que é imprescindível solicitar ao proprietário um contrato detalhado, informando todas as condições e restrições de uso do imóvel. "É importante que o contrato especifique quantas pessoas vão ficar naquele imóvel. É comum que se alugue um apartamento para três ou quatro pessoas, mas no dia aparecem 20". O corretor alerta para a necessidade de ter uma relação nominal de todos que ocuparão a casa, assim como de atentar para detalhes sobre a inclusão ou não no contrato de gastos com energia e água.

Caução pode chegar a 50% do valor do aluguel por temporada
Outro detalhe que deve constar no contrato de aluguel por temporada é a exigência do pagamento de uma caução - espécie de garantia paga à imobiliária para que eventuais danos aos equipamentos do imóvel sejam ressarcidos aos proprietários.

Segundo a corretora Consuêlo Leal, a caução varia de 30% a 50% do valor do aluguel cobrado. "Quando há exigência de caução, deve constar no contrato que essa quantia será reposta ao inquilino no momento da devolução das chaves, caso nenhum dano seja verificado na vistoria final". O contrato também deve conter um laudo da vistoria inicial do apartamento, especificando os equipamentos existentes no interior do imóvel, assim como seu estado de conservação.

Fonte: Jornal Correio (BAHIA)
 

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