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Política - Nacional

Bolívia elege presidente em fase de dependência do Brasil



Cerca de 5,1 milhões de eleitores bolivianos votam, neste domingo, para presidente, vice, deputados e senadores, oportunidade para ratificar ou rejeitar o governo do presidente Evo Morales.
 

BBC Brasil - Marcia Carmo

Pesquisas de opinião indicam que Evo seria reeleito, neste primeiro turno, com ampla margem de votos para o segundo candidato, o opositor Manfred Reys Villa, ex-governador de Cochabamba e com formação militar.

A expectativa em relação a um provável segundo mandato de Evo divide opiniões entre analistas ouvidos pela BBC Brasil. Para uns, o possível novo governo seria de “centro”. Para outros, ele “não teria como voltar atrás” e aprofundaria suas medidas.

Gás

Mas eles concordam que a Bolívia hoje, seja qual for o governo eleito, depende “mais ainda” do Brasil do que há quatro anos, quando Evo tomou posse.

“Antes era uma interdependência. Hoje, é a Bolívia que depende do Brasil para manter seu caixa”, disse o economista e ex-secretário de energia, Carlos Alberto López.

Ele lembrou que o Brasil reduziu a importação do gás boliviano e que os preços do combustível caíram no mercado internacional.

Segundo a Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, os recursos gerados pelo gás devem encolher US$ 1 bilhão este ano, o que significa um forte impacto nas contas do país.

O analista destacou que a Bolívia deixou de ser “um fornecedor privilegiado” para o Brasil, Argentina e Chile que passaram a buscar alternativas ao gás boliviano. “A Bolívia mostrou que não é um fornecedor confiável”, disse.

Lula

Para o analista Javier Gomez, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário (CEDLA, na sigla em espanhol), se reeleito, Evo caminhará para um “governo de centro”, mais ligado às políticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Evo sente que tem respaldo de Lula para avançar nas suas políticas e melhorar a estrutura física da Bolívia”, afirmou.

Lula apoiou Morales, por exemplo, na crise política desatada com a morte de onze pessoas no departamento (equivalente a Estado) de Pando, em 2008. “Evo não esquece o apoio”, disse Gómez.

Para a analista política Jimena Costa, da Universidade Mayor de San Andrés, se eleito, Reys Villa mudaria políticas atuais, como a “ligação intensa” com o presidente venezuelano Hugo Chávez.

Em sua visão, se reeleito, Evo “não poderá mudar o rumo”. “Ele fez promessas demais. Não pode retroceder”.

Se tiver maioria no Parlamento, o governo poderá aprovar a autonomia territorial e os indígenas poderão reclamar áreas de seus ancestrais. “E aí podem entrar até as regiões com recursos naturais”, disse Jimena.

Hoje, a Bolívia registra reservas recordes no Banco Central e superávit fiscal, graças a fase da bonança dos preços internacionais.

Neste contexto, os eleitores decidem o destino do país.

A expectativa é de votação tranquila, segundo observadores internacionais.

Será a estreia do regime biométrico para evitar fraudes. Cada cédula, de papel, terá a foto do eleitor, digitais e assinatura que serão ratificadas na hora de votar.

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