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Base de Dilma racha em 2012 de olho na sucessão 2014


André Gonçalves
Gazeta do Povo


Nove das dez maiores capitais brasileiras têm confrontos eleitorais entre candidatos de partidos com assentos no ministério da presidente Dilma Rousseff. O racha nas disputas municipais de 2012 começa a projetar um novo cenário para a sucessão presidencial. Principais aliados dos petistas na coligação de 2010, PMDB e PSB já estão de olho no Palácio do Planalto e enfrentam chapas com a participação do PT em sete dessas cidades.

Paraná
Richa sacrifica o PSDB, mas aliados vão se enfrentar em grandes cidades
Dos dez maiores colégios eleitorais do Paraná, apenas em Curitiba e Ponta Grossa todo o grupo político de Beto estará unido nestas eleições
 

Legenda do vice-presidente Michel Temer e no comando de cinco pastas do governo federal (Agricultura, Minas e Energia, Previdência Social, Turismo e Secretaria de Assuntos Estratégicos), o PMDB está em coligações diferentes do partido de Dilma em São Paulo, Salvador, Belém, Curitiba, Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Nos três primeiros municípios da lista a disputa é direta entre cabeças de chapa dos dois partidos. É o caso da capital paulista, onde o peemedebista Gabriel Chalita enfrenta o petista Fernando Haddad.



 
PRB enfrenta o PT em 9 de 10 capitais

Último dos partidos a ser contemplado com um ministério no governo Dilma Rousseff, o PRB está em coligações opostas ao PT em oito das dez maiores capitais brasileiras. Braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, o partido só está ao lado dos petistas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Além disso, a principal aposta da legenda em 2012 é a candidatura de Celso Russomanno em São Paulo, vista como uma pedra no sapato do petista Fernando Haddad.

O PRB administra desde fevereiro o Ministério da Pesca, com o senador fluminense Marcelo Crivella. Além do PRB, do PSB e do PMDB, têm vaga no primeiro escalão de Dilma o PP (Cidades), o PCdoB (Esporte) e o PDT (Trabalho). Cada um dos três partidos está em coligações diferentes dos petistas em cinco das dez maiores capitais brasileiras (mais informações no infográfico).

Cabeças de chapa de PT e PDT se enfrentam em três dessas cidades – São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. O PCdoB terá dois confrontos diretos com os petistas, também nas capitais cearense e gaúcha, enquanto o PP apenas um, em Belém.
 

Oposicionistas também estão divididos

O racha nas eleições municipais de 2012 não se limita à base aliada de Dilma Rousseff. Os três principais partidos de oposição no Congresso Nacional – PSDB, DEM e PPS – só vão ficar juntos em três das dez maiores capitais brasileiras. Ainda assim, a união do trio em torno de um cabeça de chapa próprio só ocorre em Salvador, com a candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM).

As outras duas únicas campanhas que unificaram os oposicionistas são lideradas por nomes do governista PSB – Luciano Ducci, em Curitiba, e Marcio Lacerda, em Belo Horizonte. Parceiros em coligações presidenciais em quatro das últimas cinco eleições, DEM e PSDB terão confrontos diretos no Rio de Janeiro, Manaus e Recife. Já o PPS só terá candidatos próprios em São Paulo (Soninha Francine) e Belém (Arnaldo Jordy), em ambos os casos sem estar coligado com qualquer dos dois parceiros.

Último partido da oposição ao governo Dilma, mas desalinhado aos outros três, o PSol terá candidato próprio em oito das dez maiores capitais. O nome mais forte do partido é Marcelo Freixo, que disputa a prefeitura do Rio de Janeiro.

Já o PSB, que tem o controle dos ministérios dos Portos e da Integração Na­cional, está em campos o­postos ao do PT em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Belém, Manaus, Curitiba e Porto Alegre. Os confrontos diretos ocorrem nas capitais mineira, cearense e pernambucana. Nos três casos, a disputa envolve decisões nacionais.

“Um partido que cresce nas eleições municipais naturalmente ganha cacife para os próximos pleitos estaduais e federal. É uma cartilha que o próprio PT e o PSDB já seguiram”, diz o cientista político Paulo Kramer, da Universidade de Brasília. Para ele, as rusgas de campanha geram novas possibilidades para 2014 e até para 2018.
 
 

Liderança emergente

Entre a base aliada, a avaliação é de que o aumento do peso eleitoral do PSB pode levar o partido a desbancar o PMDB da vice-presidência em um possível arranjo para a reeleição de Dilma. Há outras duas hipóteses: uma aproximação mais clara dos socialistas com o PSDB ou o lançamento da candidatura ao Planalto do presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Principal liderança política do Nordeste, onde o PSB administra quatro estados, Campos tem diálogo com petistas e tucanos. “No Nordeste se costuma dizer que os petistas não fazem alianças, apenas aceitam adesões. O PSB de Campos faz uma ponte entre aqueles que se identificam com a esquerda, mas não com a hegemonia do PT”, afirma o cientista político Joviniano Neto, da Universidade Fe­deral da Bahia.

Entre as dez maiores capitais, o maior símbolo de uma possível ruptura entre PSB e PT é Belo Horizonte. Desde 2008 o prefeito Már­cio Lacerda (PSB) é sustentado por uma coligação que incluía petistas e tucanos. A parceria acabou na semana que passou graças a uma manobra para tirar o PT da chapa de situação para a Câmara de Vereadores.

“Essa manobra transformou uma das eleições mais mornas do Brasil em uma disputa de tudo ou nada, com reflexos nacionais”, explica o cientista político Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais. Por intervenção direta de Dilma, o PT decidiu lançar de última hora o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias para enfrentar Lacerda, que tem como cabo eleitoral o senador e presidenciável tucano Aécio Neves.

O cenário é parecido ao de Curitiba, onde o PSDB do governador Beto Richa está com o PSB de Luciano Ducci, que disputa a reeleição contra Gustavo Fruet, recém-filiado ao PDT e coligado ao PT. “Interessa ao Aécio produzir o maior número possível de marolas na relação entre PSB e PT para se cacifar em 2014. Mesmo que o PSB decida tomar um outro rumo”, resume Reis.
 

No Rio, Paes é exceção com chapão de 20 partidos

A única exceção na série de nove confrontos entre partidos da base aliada nas dez maiores capitais do país ocorre no Rio de Janeiro. O atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), conseguiu formar uma coligação com 20 partidos e aglutinou apoio das sete legendas com participação no ministério de Dilma. O arranjo garantirá ao peemedebista 16 minutos e 24 segundos diários no horário eleitoral gratuito de televisão, contra 3 minutos e 28 segundos do principal adversário, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), que só coligou-se com o PR.

Entre as dez cidades do levantamento, a segunda maior coligação é a de Márcio Lacerda (PSB), com 19 partidos. Em terceiro fica a de Geraldo Júlio (PSB), no Recife, que tem o apoio de 16 partidos. Na sequência aparecem as chapas do prefeito Luciano Ducci (PSB), em Curitiba, e de Nelson Pelegrino (PT), em Salvador. Ambas têm 15 legendas.

 

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