Domingo, 7 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Aumento real do mínimo e mais empregos elevam consumo de famílias de baixa renda


Bruno Rosa - Agência O Globo RIO - O aumento do salário mínimo acima da inflação e a melhora no mercado de trabalho estão provocando uma elevação no padrão de consumo das famílias de classe E e, pela primeira vez desde o Plano Real, essa mudança se mantém com o passar do tempo. Segundo reportagem pubilcada pelo jornal O Globo nesta terça-feira, a conclusão é do estudo "Mais dinheiro no bolso dos brasileiros", feito pela consultoria Ipsos em 54 mil domicílios no fim de 2006. Nos últimos três anos, o consumo de 18 das 30 categorias de produtos e serviços pesquisadas pelo Ipsos só fez crescer entre o segmento menos favorecido da classificação usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outras cinco categorias, a compra manteve-se estável. As famílias mais pobres estão enchendo a geladeira e a despensa com alimentos mais caros, comprando artigos considerados supérfluos e indo com maior freqüência a salões de beleza e farmácias. Elas também já estão experimentando os avanços tecnológicos no segmento de eletroeletrônicos: em 2006, 1% da população de baixa renda comprou pela primeira vez uma televisão de 29 polegadas. TV de 29 polegadas em 1% dos lares A coordenadora do estudo, Daina Ruttul, afirma que o orçamento dos menos favorecidos está apresentando uma folga. É de olho nas classes D e E, pondera ela, que as empresas vão expandir seus negócios. Segundo a especialista, os mais ricos e a classe C mantêm o padrão de consumo em patamar estável. - Com o aumento do salário mínimo acima da inflação, as famílias mais pobres obtiveram ganho real. Somente no primeiro semestre do ano passado, a classe E começou a usufruir os primeiros indícios de sobras do orçamento. Além disso, a estabilidade dos preços foi um importante fator para o aumento no consumo - disse Daina. Entre os alimentos pesquisados, a mistura para bolos e tortas está mais presente nas despensas da classe E: passou de 12% dos domicílios, em 2005, para 16%, em 2006. A pipoca para microondas estreou na cozinha dessas famílias no ano passado. Em 2006, o produto chegou a 1% dos lares da classe E. Frango, sorvete, iogurte, adoçante, chocolate em barra e bombom também aparecem com mais freqüência na lista de compras da população de baixa renda. Os mais pobres estão se perfumando mais e dando atenção maior à aparência, revelou o levantamento. A ida ao salão de beleza, por exemplo, já é realidade para 17% da classe E. Em 2004, o hábito era comum para apenas 12%. O mesmo aconteceu em relação às idas a farmácias e drogarias: citadas por 29% dos entrevistados, em 2004, e por 34%, no ano passado. Segundo o levantamento, o número de pessoas da classe E com TV de controle remoto passou de 26%, em 2004, para 33%, em 2006. - O avanço tecnológico está cada vez mais acessível. Com preços menores, devido à produção em larga escala, e oferta de crédito, as famílias de baixa renda estão mais integradas ao mundo moderno. Prova disso é o índice de consumo de celulares: passou de 13%, em 2004, para 30%, no ano passado - afirmou Daina. Marcio Pochmann, da Unicamp, credita o crescimento do consumo da classe E à estabilidade dos preços e à criação de novas vagas. Segundo o economista, os trabalhadores que ganham salário mínimo tiveram ganho real médio de 5% ao ano entre 1995 e 2006. Além disso, continua Pochmann, 60% das vagas abertas entre 1990 e 2005 foram de serviços ligados às classes mais baixas, como atividade doméstica, segurança, babás, além de autônomos. - Cerca de 70% da renda é destinada à alimentação, ao transporte e à moradia. O preço dos alimentos subiu menos em relação a outros segmentos. Além disso, o aumento no consumo foi influenciado pelo crédito, já que várias empresas do comércio passaram a atuar como bancos. O programa de renda do governo também beneficiou os 40% mais pobres da população - explicou Pochmann.

Gente de OpiniãoDomingo, 7 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Domingo, 7 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)