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Assis Chateaubriand é homenageado pelo Senado Federal



O Plenário do Senado homenageou, nesta quinta-feira (17), a memória do jornalista Assis Chateaubriand pelo transcurso de 40 anos de sua morte. Chatô foi o criador da maior cadeia de comunicação do país, os Diários Associados, e morreu no dia 4 de abril de 1968, por complicações decorrentes de uma trombose. O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, foi o primeiro signatário do requerimento de homenagem e classificou Chateaubriand com o "maior empresário do jornalismo do Brasil de seu tempo".

- Ele construiu um império que chegou a ter 34 jornais, 36 rádios, 18 estações de TV e uma agência de notícias, além das revistas O Cruzeiro, com a maior tiragem da América Latina, e A Cigarra, entre outras, e uma editora - disse.

Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), Chatô foi um dos vultos mais fascinantes e polêmicos da história do país. Produzia seus textos em qualquer lugar, inclusive a bordo de aviões de carreira, pois "vivia voando, para cruzar o Brasil de ponto a ponto, onde quer que existisse um Diário Associado". Arthur Virgílio se questionou a respeito do que ele estaria "inventando se vivesse no mundo da Internet", levando-se em conta "que Chatô era um homem que pensava à frente, como pensou à frente ao imaginar, num Brasil ainda pouco evoluído, uma emissora de televisão". O empresário também foi o responsável pela criação do Museu de Arte de São Paulo, acrescentou o parlamentar pelo Amazonas.

Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) destacou o trabalho do empresário para a criação de aeroclubes no país e lembrou a produção de 11.180 artigos por Chatô, a quem considera "um ícone da busca pelo saber". Presente à cerimônia, o presidente da Fundação Assis Chateaubriand, Márcio Cotrim, corrigiu o número de artigos citados por Mão Santa, publicado no livro Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais. Na verdade, o empresário publicou 12.215 artigos.

O senador Adelmir Santana (DEM-DF), por sua vez, ressaltou a importância de Chatô para a imprensa brasileira, além de sua grande preocupação com a integração do país e com a preservação da cultura nacional, criando jornais e rádios em praticamente todos os estados brasileiros. Adelmir Santana assinalou também o pioneirismo de Chateaubriand ao implantar a TV comercial no Brasil e elogiou dois importantes jornais dos Diários Associados (hoje Grupo Associados): Estado de Minas e Correio Braziliense.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) também se associou às homenagens. Além de Márcio Cotrim, participou da sessão de homenagem o vice-presidente do Correio Braziliense, Ary Cunha.

Inimigo

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apontou a relevância de Assis Chateaubriand para a história do jornalismo brasileiro, reconhecendo, assim, sua obrigação de elogiar um inimigo de seu tio-avô, o conde Francisco Matarazzo Júnior. Inquilino do lendário industrial paulista, Chateaubriand não gostou de ser cobrado pelo atraso do aluguel de seu escritório, e lançou uma "impiedosa" campanha contra o conde, por meio de seus jornais.

- Mesmo usando palavras de baixo calão, que eu não usaria, houve grande mérito na trajetória de Chateaubriand - admitiu o parlamentar do PT.

Suplicy observou que essas e outras histórias do polêmico jornalista, político e embaixador podem ser lidas no livro Chatô, o Rei do Brasil. O senador por São Paulo recomendou, inclusive, que se leve à frente o projeto de um filme sobre Chateaubriand, de modo que se possa compreender a dimensão da rede jornalística que montou. E arriscou imaginar o que o imigrante nordestino que se tornou um dos jornalistas mais poderosos da História do Brasil pensaria hoje do igualmente nordestino e imigrante Luiz Inácio Lula da Silva.

- Acho que o paraibano Chatô escreveria centenas de artigos sobre o homem que, aos sete anos, saiu do interior de Pernambuco para se tornar um dos maiores líderes sindicais do Brasil e, posteriormente, presidente da República - disse Suplicy.

Garibaldi ressalta influência de Chateaubriand no cenário político, econômico e cultural do país

 Em seu discurso, Garibaldi recordou que "Chatô", como era conhecido, saiu aos 15 anos de Umbuzeiro, no interior da Paraíba, para, numa trajetória meteórica, construir um verdadeiro império de comunicação, à frente do qual esteve até 1968.

Graduado pela Faculdade de Direito do Recife, onde chegou a lecionar, Chateaubriand passou a se dedicar ao jornalismo a partir de 1915, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Comprou seu primeiro jornal, O Jornal, em 1924, aos 32 anos. Seu grupo empresarial, os Diários Associados, chegou a contar com 34 jornais, 36 emissoras de rádio e 18 estações de televisão.

- De um dono de jornal, ainda em Recife, ouviu um dia a frase que o faria encontrar-se com seu destino. Ao vetar a publicação de um artigo de Chateaubriand, seu patrão lhe disse que ele só poderia publicar o que quisesse quando fosse dono do seu próprio jornal. Foi o que ele fez - contou Garibaldi.

O advento da TV comercial no Brasil está entre os grandes feitos de Assis Chateaubriand. Em 1950, seu grupo inaugurou a TV Tupi, no Rio de Janeiro. Além de jornalista, ele foi senador por duas vezes e embaixador do Brasil em Londres.

Fonte: Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado

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