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Política - Nacional

Áreas do Norte e do Nordeste consolidam-se como nova fronteira agrícola



Stênio Ribeiro – Repórter da Agência Brasil

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Preço baixo das terras e proximidade de portos exportadores têm atraído cada vez mais
agricultores para a região do MatopibaImagem de arquivo/Agência Brasil

Formada por terras do Sul do Maranhão, do Leste do Tocantins, do Sul do Piauí e do Oeste da Bahia Mais, a região do Matopiba consolida-se como a mais nova fronteira agrícola do país. Próxima dos portos de Belém, de São Luís, de Pecém (CE) e de Suape (PE), a região caracteriza-se pelo baixo preço das terras e pela uniformidade do clima, do solo e do relevo, que facilitam a mecanização agrícola e têm atraído cada vez mais agricultores.

Com 337 municípios distribuídos em 73 milhões de hectares, o Matopiba tem quase 6 milhões de brasileiros e 324 mil estabelecimentos agrícolas. A região se ressente, no entanto, da falta de uma malha rodoviária mais eficiente para o escoamento.

Parte da safra do Tocantins e do Maranhão pode ser exportada pela Rodovia Belém-Brasília até o porto de Barcarena (PA) ou pela Ferrovia Norte-Sul, de Porto Franco (MA) até o porto de Itaqui, em São Luís. As demais áreas do Matopiba têm como caminho natural a BR-020, que liga Brasília a Fortaleza, que não tem asfalto num trecho de 460 quilômetros na Bahia e no Piauí.

Apesar da carência de infraestrutura, que encarece os preços dos fretes, o agricultor e presidente da Associação dos Produtores da Serra do Quilombo (PI), Leivandro Fritzen, diz que investir em lavouras na região tem vantagens. Ele ressalta que as produções de soja e milho têm crescido ano a ano.

Segundo o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Celestino Zanella, Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba, lançado em maio pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, ajudará a elevar a produtividade na região. Ele, no entanto, também reivindica melhorias na malha viária para o escoamento da safra. “Corrigida essa deficiência, a produção na região só tem a crescer”, diz.

Mesmo com as deficiências no escoamento, a região tem chamado a atenção pela produção e pela produtividade crescentes. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Matopiba produziu 8,7 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014. Na temporada 2014/2015, a produção da oleaginosa teve aumento de 21,7% e chegou a 10,5, milhões de toneladas, equivalentes a 11% da produção nacional de soja. A Bahia se destaca em produtividade, com 2.940 quilos por hectare (kg/ha) e 4,2 milhões de toneladas colhidas.

Potencial elevado

Na safra 2014/2015, a região do Matopiba colheu 9,4% das 209,5 milhões de toneladas de grãos produzidas no país. A região produziu 19,7 milhões de toneladas de algodão em pluma, soja, arroz e milho, em uma área de 5,7 milhões de hectares. De acordo com a Conab, mais 10 milhões de hectares podem ser incorporados à área plantada.

A produção poderia ter sido maior, não fosse a lagarta e a mosca branca que atacaram as plantações no início deste ano, além da falta de chuva, de acordo com o sojicultor Emir Wendler, de Balsas (MA). O sul do estado foi escolhido por agricultores do centro-sul para as primeiras experiências com soja em áreas de Cerrado, em 1978, mas a lavoura só ganhou impulso no final da década de 1990, avançando para outras áreas.

No ciclo 2013/2014, o Matopiba colheu 4,42 milhões de toneladas de milho. A produção subiu para 4,45 milhões de toneladas na safra atual, o que equivale a 5% do total nacional. O Maranhão sobressaiu com 1,3 milhão de toneladas. A maior produtividade foi registrada no Piauí, com 7.186 kg/ha.

O Matopiba também produz algodão. Numa área de 315 mil hectares, a produção na safra 2014/2015 chegou a 495 mil toneladas de algodão em pluma – a maior parte na Bahia. O volume equivale a 32% da produção brasileira.

Tocantins destaca-se na produção (605 mil toneladas) e na produtividade (4.745 kg/ha) de arroz no Matopiba. A região produziu 986 mil toneladas do cereal na safra 2014/2015, equivalentes a 8% do total nacional.

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