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Política - Nacional

Aprovação a Dilma aproxima classes



Cristian Klein | Jornal Valor

A presidente Dilma Rousseff pode até representar a continuidade em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas os resultados da primeira pesquisa CNI-Ibope, divulgada na sexta-feira, mostram que a população já vê diferenças entre os dois. A suspeita de que Dilma, com um perfil mais técnico do que popular, estaria conquistando o apoio das classes mais altas encontra respaldo nos números do levantamento. Nos três principais indicadores que medem a imagem do governo e do(a) presidente da República, Dilma reduziu a distância entre a opinião dos mais pobres e dos mais ricos.

Lula terminou seu mandato com índices recordes de aprovação, mas desenhou um padrão linear: quanto menor a renda familiar, maior o apoio. A avaliação de Dilma, embora num patamar mais baixo, é mais bem distribuída entre as faixas de renda salarial. "Este é o dado que mais surpreende na pesquisa", afirma o gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca.

A redução do fosso na avaliação de pobres e ricos aparece nas três perguntas feitas tradicionalmente pelo levantamento. O governo Lula, em dezembro do ano passado, era considerado ótimo ou bom por 67% dos que tinham renda familiar maior que 10 salários mínimos - número que subia para 81% entre os que ganhavam até um salário mínimo. Já a variação de Dilma é menor. A aprovação de seu governo cai, para 62%, entre os mais pobres - o que segue uma tendência geral em função dos momentos diferentes em que as pesquisas foram feitas, uma refletindo a popularidade recorde de Lula após oito anos de governo, e outra, a de sua sucessora em início de mandato. No entanto, entre os mais ricos, a queda em relação ao ex-presidente é de apenas quatro pontos percentuais, para 63%, dentro da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

Isso faz com que Dilma tenha praticamente o mesmo apoio nos extremos de renda, até levemente superior entre os mais ricos (63% contra 62%), enquanto, no final do governo Lula, a diferença chegou a 14 pontos percentuais a mais de apoio entre os mais pobres.

Dilma tem nas faixas salariais intermediárias os índices mais baixos de aprovação a seu governo e as maiores taxas de indecisos (os que não sabem ou não responderam) - o que indicaria uma resistência das classes médias.

"Este grupo ainda está avaliando. É provável que boa parte dele seja composto por eleitores de José Serra, que ainda têm resguardas pela proximidade da eleição", afirma Fonseca.

Enquanto o apoio a Lula teria a forma de uma escada, o de Dilma se assemelharia a um prato. Os padrões são similares tanto para a aprovação do governo quanto para a aprovação do presidente. Mas mudam quando a pergunta em foco é a confiança no presidente.

Fonseca explica que os três indicadores, geralmente, têm uma alta correlação, pela dificuldade às vezes de o entrevistado distinguir o desempenho do governo e do presidente. Mas lembra que a confiança no presidente é o que, tradicionalmente, tem a maior propensão a "descolar" das outras duas, pois envolve fatores mais subjetivos e avaliações sobre atributos pessoais do governante, como o carisma.

Neste quesito, considerando o corte de renda familiar, Dilma leva vantagem sobre Lula entre os que ganham mais de 10 salários mínimos (74% a 67%). É o raríssimo caso, numa pesquisa em que a presidente está num patamar inferior de apoio em relação ao antecessor em quase todos os cruzamentos. O apelo de Dilma aos mais ricos reduz, mais uma vez, a diferença entre os extremos. Enquanto a confiança em Lula variava 20 pontos percentuais entre as pontas, em Dilma ela varia 8.

No cômputo geral, o fator confiança é no qual Lula põe menos vantagem sobre Dilma (81% x 74%), seguido da aprovação (87% x 73%) e da avaliação de governo, considerada como a soma de respostas ótimo e bom (80% x 56%).

A aprovação dos mais ricos ao governo da presidente é maior do que a de todas as demais faixas, mas isso não significa que ela seja entusiasmada. Um dado interessante é que todo o apoio está concentrado na categoria "bom". O percentual de "ótimo" é zero - número que, em média, nas outras faixas, equivale a 16% das respostas agregadas.

Embora atrás dos 80% do final da era Lula, os 56% de Dilma tornam o seu início de governo o mais bem aprovado, em comparação com os começos dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (41% e 22%) e de Lula (51% e 49%). No quesito confiança, porém, a chegada de Lula ao poder, em 2003, ainda é recorde, com 80%. Dilma tem 74%.

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