Sexta-feira, 26 de novembro de 2010 - 11h56
Angiologistas e cirurgiões vasculares lançam campanha para cobrar remuneração mínima
Paulo Virgílio
Agência Brasil, Rio de Janeiro – A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) lança, a partir do dia 1º de dezembro, uma campanha nacional para cobrar aumento na remuneração paga pelas operadoras de saúde. Os profissionais médicos querem o cumprimento da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), em vigor desde o dia 15 de outubro. Com o início da campanha, a sociedade dará prazo de 60 dias para uma resposta das operadoras – convênios, cooperativas, seguro saúde e planos de saúde privados. Caso não receba uma resposta, a entidade admite a possibilidade de greve entre médicos angiologistas e cirurgiões vasculares.
“Nós estamos com uma defasagem nos últimos anos de 156%, quando se relaciona nossos honorários com o aumento cobrado dos usuários pelos planos de saúde”, afirma o presidente da SBACV, Guilherme Pitta. Segundo ele, o valor médio pago pelas operadoras por uma consulta no país é menor que R$ 40. Eles reivindicam que essa remuneração chegue a, no mínimo, R$ 52.
De acordo com Pitta, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) é um padrão que está em vigor por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “A CBHPM representa o parâmetro mínimo de remuneração médica recomendado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira”, diz.
A finalidade da CBHPM é ser um padrão para o pagamento de serviços de saúde por parte das operadoras. No entanto, a ANS não tornou os valores obrigatórios e deixou a cargo das empresas a negociação da remuneração paga aos médicos.
Os angiologistas e cirurgiões vasculares também decidiram parar de realizar a escleroterapia (tratamento secativo de varizes) com cobertura das operadoras de saúde. De acordo com Guilherme Pitta, “a lei dos planos de saúde exclui a cobertura de procedimentos estéticos, portanto, os cirurgiões vasculares não mais realizarão a escleroterapia pelo plano”.
A decisão de lançar a campanha foi tomada durante reuniões que discutiram as relações entre planos de saúde e especialistas, nos meses de maio e junho deste ano, nas 24 regionais da sociedade.
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