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Política - Nacional

Acordo sobre venda de refinarias será desvantajoso para Petrobras e Bolívia, diz especialista


Rui Pizarro, Agência O Globo RIO - Apesar de a Petrobras ter aceitado reduzir para US$ 112 milhões o preço das duas refinarias que possui na Bolívia, a hipótese mais provável para solucionar o impasse entre a estatal brasileira e o governo boliviano deve ser um acordo, a ser anunciado nesta quinta-feira, que será desvantajoso para ambos os lados. A análise é do diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires. O especialista, também professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que o valor a ser acertado seja menor que o sugerido na nova oferta da Petrobras - por sua vez já inferior aos US$ 160 milhões inicialmente propostos - e que os US$ 200 milhões estimados por analistas do setor. Assim, além de vender as refinarias Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de La Sierra, e Gualberto Villaroel, em Cochabamba, por um valor talvez mais próximo aos US$ 60 milhões pretendidos pela Bolívia, a Petrobras passaria a atuar como uma prestadora de serviços, abandonando de vez a atividade de refino naquele país, para dedicar-se somente à produção e transporte de gás boliviano. As duas refinarias processam, juntas, uma média de 40 mil barris diários de petróleo e Líquido de Gás Natural (LGN). Essa produção abastece a totalidade da demanda da Bolívia de gasolinas especial e Premium, 100% da demanda de Jet fuel - gasolina de aviação e querosene - e é responsável por mais de 70% da demanda de óleo diesel. A PBR é líder do mercado de combustíveis no país. - À Petrobras, não interessa prolongar esse impasse e, ao governo boliviano, o contencioso também não traz vantagens. A verdade, é que apesar de ambos os lados darem a impressão de não querer ceder, uma solução radical seria ruim para todos, avalia. De acordo com Adriano Pires, neste momento o Brasil não pode ficar sem o gás da Bolívia, mas os bolivianos não podem, igualmente, imaginar a Petrobras fora dos campos de gás do país. - A Bolívia não possui quadros técnicos suficientes e capazes de operar os campos de gás. Mesmo que solicitasse ajuda à Venezuela, o governo de Hugo Chávez só teria condições de oferecer profissionais para operarem as refinarias, até porque são pequenas. Mas gás não é a especialização dos venezuelanos - observa Pires. A Petrobras é responsável, atualmente, por 57% da produção de gás boliviano. Ainda assim, no domingo passado, o governo da Bolívia emitiu um decreto presidencial retirando da Petrobras o direito de exportar de petróleo e fixando o preço do barril do produto em US$ 30,35, bem abaixo dos US$ 55 observados no exterior. Em 10 anos de atuação na Bolívia, a estatal brasileira de petróleo investiu mais de US$ 1,3 bilhão no país. É o maior investimento já feito por uma empresa estrangeira naquele país. Criada no final de 1995, a Petrobras Bolívia iniciou suas operações efetivamente em meados de 1996. As atividades da estatal brasileira são responsáveis por 18% do PIB boliviano e 24% da arrecadação total de impostos daquele país.

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