Sábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Acordo sobre venda de refinarias será desvantajoso para Petrobras e Bolívia, diz especialista


Rui Pizarro, Agência O Globo RIO - Apesar de a Petrobras ter aceitado reduzir para US$ 112 milhões o preço das duas refinarias que possui na Bolívia, a hipótese mais provável para solucionar o impasse entre a estatal brasileira e o governo boliviano deve ser um acordo, a ser anunciado nesta quinta-feira, que será desvantajoso para ambos os lados. A análise é do diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires. O especialista, também professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que o valor a ser acertado seja menor que o sugerido na nova oferta da Petrobras - por sua vez já inferior aos US$ 160 milhões inicialmente propostos - e que os US$ 200 milhões estimados por analistas do setor. Assim, além de vender as refinarias Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de La Sierra, e Gualberto Villaroel, em Cochabamba, por um valor talvez mais próximo aos US$ 60 milhões pretendidos pela Bolívia, a Petrobras passaria a atuar como uma prestadora de serviços, abandonando de vez a atividade de refino naquele país, para dedicar-se somente à produção e transporte de gás boliviano. As duas refinarias processam, juntas, uma média de 40 mil barris diários de petróleo e Líquido de Gás Natural (LGN). Essa produção abastece a totalidade da demanda da Bolívia de gasolinas especial e Premium, 100% da demanda de Jet fuel - gasolina de aviação e querosene - e é responsável por mais de 70% da demanda de óleo diesel. A PBR é líder do mercado de combustíveis no país. - À Petrobras, não interessa prolongar esse impasse e, ao governo boliviano, o contencioso também não traz vantagens. A verdade, é que apesar de ambos os lados darem a impressão de não querer ceder, uma solução radical seria ruim para todos, avalia. De acordo com Adriano Pires, neste momento o Brasil não pode ficar sem o gás da Bolívia, mas os bolivianos não podem, igualmente, imaginar a Petrobras fora dos campos de gás do país. - A Bolívia não possui quadros técnicos suficientes e capazes de operar os campos de gás. Mesmo que solicitasse ajuda à Venezuela, o governo de Hugo Chávez só teria condições de oferecer profissionais para operarem as refinarias, até porque são pequenas. Mas gás não é a especialização dos venezuelanos - observa Pires. A Petrobras é responsável, atualmente, por 57% da produção de gás boliviano. Ainda assim, no domingo passado, o governo da Bolívia emitiu um decreto presidencial retirando da Petrobras o direito de exportar de petróleo e fixando o preço do barril do produto em US$ 30,35, bem abaixo dos US$ 55 observados no exterior. Em 10 anos de atuação na Bolívia, a estatal brasileira de petróleo investiu mais de US$ 1,3 bilhão no país. É o maior investimento já feito por uma empresa estrangeira naquele país. Criada no final de 1995, a Petrobras Bolívia iniciou suas operações efetivamente em meados de 1996. As atividades da estatal brasileira são responsáveis por 18% do PIB boliviano e 24% da arrecadação total de impostos daquele país.

Gente de OpiniãoSábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Sábado, 20 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)