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Política - Nacional

Abortos ilegais internaram 1,2 milhão no SUS em 5 anos


Agência O Globo BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO - As complicações resultantes de abortos ilegais resultaram na internação de 1.205.361 mulheres nos hospitais da rede pública nos últimos cinco anos, segundo dados do SUS (Sistema Único de Saúde), revela a edição deste domingo do jornal "O Globo". Foram mulheres que buscaram assistência médica por terem interrompido a gravidez com métodos arriscados e sem qualquer segurança. O custo para o Sistema Único de Saúde (SUS) dessas curetagens realizadas após abortos ilegais chegou a R$ 161,4 milhões nesse período. As curetagens são o segundo procedimento obstétrico mais praticado nas unidades de internação e são superadas apenas pelos partos normais. Para lidar com essa realidade, o país usa uma lei de 1947. Os dados oficiais demonstram ainda que o aborto é a terceira causa de morte materna. Dos 1.645 óbitos obstétricos ocorridos em 2004, 155 mortes, que representam 13%, foram por abortos. Números como esses levaram o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a comprar briga com a Igreja Católica e propor debate sobre o aborto no país. O tema cresceu durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, o início de maio. A discussão ganhou espaço nos últimos anos em vários países católicos. Portugal, México e Polônia votaram mudanças neste ano. Segundo o ministério, é pequeno o número de abortos legais - as interrupções autorizadas quando a gravidez é um risco de vida para a gestante ou é fruto de um estupro. Entre 2002 a 2006, foram realizadas apenas 8.306 casos, com o custo para o SUS de R$ 1,1 milhão. No Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães, unidade de referência para abortos legais em vítimas de violência sexual no estado do Rio, o direito ao aborto legal foi exercido o apenas 50 vezes em pouco mais de seis anos - número que a equipe considera baixo para a realidade da violência sexual contra mulheres no estado (8.758 estupros registrados no mesmo período, 2000 a 2006). Segundo o ministério, 686 mulheres são internadas diariamente na rede pública por complicações decorrentes de abortos ilegais e espontâneos, além das interrupções permitidas pelo Código Penal. O aborto ilegal e a esterilização definitiva movimentam um lucrativo mercado clandestino no país. - Como é crime, as mulheres sentem medo de prisão e só procuram o hospital quando já estão à morte. A maioria pensa que abortar é sangrar. Morrem de hemorragia e infecção - relata a médica Marília Namo, chefe de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal Artur Ribeiro Saboya, em São Paulo. Levantamento do governo ao qual o GLOBO teve acesso revela também que é no Norte e no Nordeste que há o maior risco de internação por aborto. Nessas duas regiões, a mulher tem menos condições econômicas e menor acesso a métodos contraceptivos. O Sul tem a menor taxa de internação por aborto. Casos como o do menina Marcela de Jesus Galente Ferreira, um bebê anencéfalo que completa seis meses neste domingo, sugerem que, se o Brasil investir no debate contra o aborto, ele não será frio ou simples. A criança, filha de lavradores paulistas e cuja tempo de vida contraria expectativas médicas, está para se tornar da oposição ao aborto. Das cerca de 230 mil curetagens realizadas em 2006 no SUS, 42.775 (18,5%) ocorreram na rede hospitalar de São Paulo. A Bahia aparece em segundo; Minas Gerais em terceiro; Rio em quarto. Também no caso de abortos legais, São Paulo está na frente. Dos 2.068 casos, 538 dessas internações (26%) foram registradas nesse Estado. O Rio aparece em segundo, com 462 casos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) ocorrem cerca de um milhão de abortos ilegais e espontâneos no Brasil. Desse total, 15% seriam de abortos causados por problemas da mulher na gestação, que levou à perda do feto. Leia mais sobre o quadro dos abortos ilegais no país, no jornal O Globo deste domingo.

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