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Política - Nacional

A angústia de Tião Viana e Garibaldi pode durar até a votação pelo comando do Senado



Um senador do PMDB conversou por telefone com José Sarney (PMDB-AP) na última sexta-feira. Desligou com a certeza de que ele é candidato à Presidência do Senado. "Não há dúvidas", disse o parlamentar ontem ao Correio. No sábado, Sarney conversou com o atual presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e afirmou que não pretende disputar a eleição marcada para daqui a 14 dias.

Essa indefinição tem tirado o sono de Garibaldi, candidato à re-eleição, e principalmente de Tião Viana (PT-AC), que também almeja o cargo. A reportagem conversou com os dois ontem. O petista garante que não abrirá mão da briga se Sarney anunciar a disposição de postular a cadeira de presidente. "Vou disputar no voto, seja qual for o adversário. Não vou me preocupar com os outros, meu negócio agora é buscar voto dos senadores", afirmou. Mas, em conversas reservadas, ele não esconde o incômodo com o impasse. Viana e petistas apontam Renan Calheiros (PMDB-AL) como o principal responsável por inflar nos bastidores a virtual candidatura de Sarney. Viana não poupa críticas ao alagoano. A recíproca tem sido verdadeira. Hoje, os dois não podem dividir a mesma mesa.

Na semana passada, Viana chegou a criar um mal-estar com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Para o senador, Múcio estava fazendo um jogo duplo no Palácio do Planalto: publicamente, defendia o petista, mas, na verdade, estaria ao lado de Sarney. O ministro pediu explicações. A turma do "deixa disso" entrou em ação e acalmou os ânimos de cada um.

Na avaliação de um cacique peemedebista, os próximos 14 dias serão como uma corrida de 100 metros rasos: Viana está na frente, mas pode perder a disputa no último passo, em cima da hora, caso Sarney se lance candidato. Adversários do petista argumentam que o peemedebista é o único capaz de ser o consenso no Senado. Ciente disso, Sarney não tem pressa.

A expectativa é que o peemedebista se reúna nos próximos dias com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto. O encontro é considerado fundamental para a eleição no Senado. Lula já manifestou preferência por Tião Viana, mas não quer briga com o PMDB. O partido pediu a Sarney que explique ao presidente as razões para a sigla não abrir mão da Presidência do Senado. Maior bancada, a legenda tem o direito de indicar o presidente, mas nada impede que alguém se lance ao cargo.


Sucessão presidencial

O PMDB do Senado está de olho em 2010: avalia que o comando da Casa é fundamental para o fortalecimento da interlocução política na sucessão do Palácio do Planalto. Líder da bancada do PMDB a partir de fevereiro, Renan sabe que o grupo de Michel Temer (SP), que preside hoje o partido, vai crescer internamente com sua eleição à Presidência da Câmara. Não é hora de abandonar o comando do Senado, avaliam Renan e aliados.

Na sexta-feira passada, o senador alagoano deu um gesto simpático ao colega Garibaldi Alves Filho: disse que só não o apoia se houver problemas jurídicos. Renan não quer Garibaldi. Faz esse discurso apenas para pressionar Tião Viana e tentar isolá-lo nesse jogo. Candidato à reeleição, Garibaldi sabe que o encontro de Sarney com Lula é crucial para a sua pretensão de continuar cargo. "Ele me disse que não é candidato. Está tudo bem enquanto não houver essa conversa entre Sarney e Lula. Nunca vi uma coisa tão condicionante para uma eleição no Senado", diz o senador potiguar.

A Constituição proíbe a reeleição para o cargo dentro de uma mesma legislatura. Garibaldi se ampara em pareceres jurídicos dizendo que ele ocupa um mandato tampão desde 2007 por ter substituído Renan Calheiros, que renunciou em meio a processos por quebra de decoro. Na semana passada, Tião Viana almoçou com Garibaldi. Ambos chamaram a imprensa para anunciar que não vai desistir da eleição em 2 de fevereiro. Querem marcar posição, mas não tiram os olhos do terceiro andar do Palácio do Planalto. É lá que Lula e Sarney devem bater o martelo sobre o futuro presidente do Senado.


Fonte: Leandro Colon - Correio Braziliense

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