Sábado, 23 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

58% dos projetos de esgoto estão em situação inadequada


Camila Maciel
Agência Brasil

Apesar do avanço na execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saneamento, 58% dos projetos de esgoto estão em situação inadequada em relação ao cronograma, aponta levantamento, divulgado hoje (29), pelo Instituto Trata Brasil. A pesquisa revela que, desse total, 23% das obras estão paralisadas, 22% atrasadas e 13% não foram iniciadas. Foram analisados 149 empreendimentos dos quais 28 estavam concluídas no final de 2013 e 28 em situação normal de andamento.

Este é o quinto monitoramento sobre o PAC Saneamento feito pelo instituto. O período de análise vai de 2009 até dezembro de 2013. Foram pesquisados empreendimentos de municípios com população superior a 500 mil habitantes. Nesta edição, além de obras de esgoto, foram incluídos também os projetos relacionados a água. No final do ano passado, esse segmento, com um total de 70 obras, contava com 27% de obras concluídas, 21% com andamento normal, 16% paralisadas,  26% atrasadas e 9% não iniciadas.

“As obras concluídas vem aumentando. Se a gente pegar as obras mais antigas, um quarto delas está concluída. Não é muito, considerando que são contratos assinados entre 2007 e 2008, mas já é um avanço”, avaliou Édison Carlos, presidente executivo do Trata Brasil. Ele destaca que o último levantamento indicava 14% de conclusão das obras de saneamento e hoje o percentual é 19%. “O problema é que metade das obras está com atraso, paralisada ou atrasada. São contratos assinados há muitos anos, isso preocupa porque elas já deveriam estar concluídas”, criticou.

A pesquisa diferencia os dados do PAC Saneamento 1 e 2 e o que se observa é que o mais antigo está com 68% de nível de execução nas obras de esgoto, enquanto o PAC 2 está abaixo de 15%. Nos empreendimentos relacionados à água, o PAC 1 tem execução média de 67% e o PAC 2, menos de 5%. “A gente acredita que em mais um ano muitas obras vão ser concluídas, mas, por outro lado, as obras do PAC 2, com contratos de 2011, que deveriam ter começado e estar em ritmo adequado, nem começaram ainda”, lamentou Carlos.

Na análise por região, as que apresentam melhor andamento médio nas obras de esgoto do PAC 1 são: Sul (86%), Sudeste (74%) e Nordeste (62%). O Centro-oeste registrou execução média de 31%. O pior andamento foi observado na região Norte, com apenas 2%. Nas obras do PAC 2, todas estão abaixo de 25%. No segmento água do PAC 1, com exceção do Nordeste (40%), todas estão com andamento médio acima de 60%. O melhor resultado também é no Sul do Brasil, com 89%, em seguida estão Sudeste (71%), Norte (98%) e Centro-Oeste (63%).

Das 35 obras de esgoto paralisadas do PAC 1, quatro estão nessa situação há quatro anos, sendo três no Ceará e uma na Paraíba; duas delas - uma no Pará e outra em São Paulo, estão nessa condição há três anos; e 11 estão paradas há dois anos, sendo quatro em São Paulo, duas no Rio Grande do Norte e duas em Minas Gerais. Apenas um desses projetos faz parte do PAC 2, um contrato de 2012. Das obras de água, 11 estão paradas. Esses 46 empreendimentos em situação mais crítica somam recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Os principais fatores para os atrasos e paralisação das obras, segundo o Trata Brasil, são: necessidade de reprogramação financeira, rescisões contratuais com empreiteiras por deficiências técnicas, licitações atrasadas por não aparecerem empresas interessadas, dificuldades na obtenção de licenças ambientais e lentidão na execução de intervenções locais a serem feitas pelas prefeituras ou governos estaduais.

Carlos avalia que muitos dos problemas identificados são resultantes de um problema identificado ainda no início do PAC 1: a má qualidade dos projetos. “Atrás desses números tem milhões de brasileiros esperando que essas obras sejam concluídas para que tenham uma qualidade de vida melhor. Temos muitos problemas de saúde pública ligados à água poluída e isso rouba recursos dos estados e prefeituras [que poderiam ser investidos em outros segmentos]”, destacou.

A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério das Cidades mas ainda não obteve uma avaliação do órgão sobre o levantamento do Instituto.

Gente de OpiniãoSábado, 23 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Gente de Opinião Sábado, 23 de agosto de 2025 | Porto Velho (RO)