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Vereadores mandam polícia agredir estudantes


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Centenas de Estudantes da rede pública estadual, da Universidade Federal de Rondônia e população em geral concentraram-se em frente à Câmara Municipal de Rolim de Moura na tarde desta quinta-feira, 30, para protestar pela quarta vez contra o aumento abusivo no salário de vereadores que, se aprovado, chegará a 8 mil reais. A manifestação contou com o apoio de professores da rede pública, funcionários públicos municipais e professores da UNIR.

Quando procuraram adentrar o espaço reservado ao público, uma barreira formada por empresa de segurança privada proibiu o acesso dos manifestantes, por decisão dos vereadores. A ordem dos vereadores era clara: nenhum estudante poderia adentrar o recinto, mesmo com a apresentação de documento de identificação. Com gritos de “queremos entrar!” os estudantes continuaram protestando na porta do plenário. Neste instante, policiais militares reforçaram a segurança da câmara, alegando que o impedimento era legal e exigiam que cada presente apresentasse documentos. Questionados sobre a ilegalidade de tal ato, seguranças e policiais não apresentaram qualquer documento oficial ou mesmo qualquer determinação judicial para impedir o acesso.Vereadores mandam polícia agredir estudantes - Gente de Opinião

O Ministério Público foi acionado pelos estudantes, tendo em vista que as sessões da Câmara são abertas ao público, mas, antes medo da chegada desse órgão a polícia militar passou a agredir estudantes, armados com fuzis e pistolas. Os estudantes não se intimidaram e se defenderam das agressões. Um professor que tentou intervir para acalmar um policial foi chamado de “vagabundo”. Enlouquecido, um policial quis deter o professor e o empurrou ao chão, momento em que estudantes interviram para proteger o professor. Em seguida o comandante da guarnição ofendeu estudantes chamando-as de “vacas”, “coisa nojenta” e praticou homofobia chamando um estudante de “bichona”. Inconformados com atitude autoritária que remonta o período da ditadura militar brasileira, estudantes gritavam “polícia pra ladrão, pra estudante não!”. Não satisfeito com as agressões físicas e verbais o policial passou a ameaçar o professor.

Com o tumulto, os vereadores acabaram não discutindo a matéria que previa o aumento, no momento em que o MP adentrou o recinto para solicitar a abertura da porta, os vereadores encerraram às portas fechadas a sessão. Foi a quarta vez que os vereadores não discutem a matéria em virtude dos protestos populares. Em seguida, com a vitória do protesto os estudantes e populares realizaram uma manifestação nas ruas de Rolim de Moura denunciando o aumento de R$ 8.000,00, o impedimento de assistirem à sessão da Câmara e as agressões verbais e físicas praticadas pela Polícia Militar.

Revoltada, uma comerciante que acompanhou de perto a manifestação, desabafou “e ainda dizem que vivemos num estado democrático de direito? Numa democracia? Isso é um absurdo!”. Outro popular que se dirigiu à Câmara e ficou indignado com a ação truculenta da PM a mando dos vereadores, acompanhou de bicicleta todo o protesto. “Eu me solidarizo com os estudantes e na próxima manifestação convidarei meus vizinhos a participar”, conclui. “Querem nos calar, mas não impedirão o protesto popular. Nossa causa é justa e temos o apoio do povo”, foi enfático um estudante da Escola Priscila Chagas.

“Um jornaleco de nome ‘Hoje Cidade’ vinculado a um candidato a prefeito tem dito que nossa manifestação é um retrocesso ao defendermos a campanha de não votar. Quando defendemos isso, queremos denunciar que vivemos numa falsa democracia. Pra proteger corruptos inventam leis, mas para o povo é só mais repressão”, denunciou um estudante da escola Maria Rabelo. “Os vereadores dizem que nós os ameaçamos com a palavra de ordem ‘vereador, tome cuidado, tem estudante revoltado’. O que pode fazer os estudantes em uma manifestação? Eles sim podem reprimir os protestos com violência policial, além de aumentarem os salários, as verbas de gabinete e alguns, inclusive, comprarem votos!”, foi incisivo um estudante da Escola Tancredo Neves. Os protestos continuam com mobilizações nas redes sociais e nas ruas.

Fonte: Monclate

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