Quarta-feira, 12 de novembro de 2025 - 07h40

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com auxílio do Núcleo
de Análises Técnicas (NAT) e das Promotorias de Justiça de Nova Mamoré,
Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Cerejeiras, deflagrou,
nesta quarta-feira (12/11/2025), a Operação GODOS, visando desarticular uma
complexa organização criminosa destinada à prática dos crimes de extorsão,
esbulho possessório violento, crimes ambientais, tortura, furtos, roubos,
homicídios, posse e porte ilegal de arma de fogo e ameaça contra proprietários
ou posseiros de terras e outras pessoas na região do distrito de Nova Mutum
Paraná, comarca de Porto Velho.
A fase ostensiva da operação conta com o apoio estratégico, logístico e
operacional de diversas forças de segurança e órgãos públicos, incluindo a
Polícia Militar do Estado de Rondônia (PMRO), Polícia Civil do Estado de
Rondônia (PCRO), Polícia Técnico-Científica de Rondônia (Politec/RO), o Corpo
de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia (CBMRO), Força-Tarefa Integrada de
Combate ao Crime Organizado (FTICCO), Secretaria de Estado da Segurança, Defesa
e Cidadania de Rondônia (Sesdec), Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Ambiental de Rondônia (Sedam/RO), Departamento Estadual de Estradas de Rodagem
e Transportes de Rondônia (DER/RO), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (Gaeco-MPMT), a
Polícia Civil do Estado do Amazonas (PCAM) e a Polícia Civil do Estado do Pará
(PCPA), totalizando um efetivo superior a 500 (quinhentas) pessoas diretamente
envolvidas, entre promotores de Justiça, policias, peritos criminais e
servidores das equipes administrativas e assessoria.

Os mandados judiciais estão sendo cumpridos simultaneamente em quatro
Estados da federação: Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará. Em Rondônia, a
operação abrange uma vasta área, com diligências em Porto Velho, Nova Mutum
Paraná, União Bandeirantes, Nova Dimensão, Nova Mamoré, Buritis, Ji-Paraná,
Guajará-Mirim, Jaru, Rolim de Moura, Mutum Paraná, Cerejeiras, Vila Nova Samuel,
Candeias do Jamari, Cacoal, Costa Marques, Jacinópolis, Castanheiras e São
Carlos.
A operação tem como objetivo dar cumprimento a um total de 50
(cinquenta) mandados de prisão temporária e 120 (cento e vinte) mandados de
busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias da Comarca de Porto
Velho/RO. Além das prisões e buscas, foram decretadas diversas medidas
assecuratórias patrimoniais, visando ao sequestro, arresto, bloqueio e a
indisponibilidade de bens, direitos e valores que totalizam a expressiva
quantia de R$ 2.052.919.545,16 (dois bilhões, cinquenta e dois milhões,
novecentos e dezenove mil, quinhentos e quarenta e cinco reais e dezesseis
centavos), referentes aos danos materiais, ambientais, climáticos e produto dos
crimes. Com esses números, esta se destaca como a maior operação já deflagrada
no âmbito estadual rondoniense, materializada em uma única investigação
materializada em Procedimento Investigatório Criminal, tanto em relação ao
número de investigados, quanto de medidas judicialmente deferidas e valor
indisponibilizado.

As investigações que culminaram na Operação GODOS tiveram início em
setembro de 2022, a partir de uma notícia de fato que apontava a existência de
um grupo organizado e violento, atuante predominantemente na zona rural de
Porto Velho, nas imediações da região de Nova Mutum, e especializado na prática
reiterada de extorsões.
O modus operandi da organização criminosa envolvia o uso de
grave ameaça, muitas vezes exercida com emprego de armas de fogo, inclusive de
uso restrito, para constranger vítimas a transmitirem a posse ou a propriedade
de significativas porções de terra para terceiros indicados pelos próprios
infratores simulando contratos de cessão onerosa de posse de imóveis rurais. As
vítimas eram coagidas sob pena de sofrerem graves retaliações pessoais e
patrimoniais, que incluíam ameaças de morte, agressões físicas, destruição,
furto ou roubo de acessões, benfeitorias, maquinários ou semoventes.

Um dos pilares da atuação da Ocrim era a exploração dos recursos naturais
e a venda das áreas obtidas criminosamente, seguido de lavagem de dinheiro, que
representava o ciclo final e altamente lucrativo de suas atividades ilícitas. O
produto dos crimes praticados pela organização foi convertido em ativos
financeiros e bens por meio de uma complexa rede de operações, com emprego de
contas de passagem e conversão em ativos lícitos. Para isso, o grupo utilizava
métodos como: Uso de “laranjas”, Empresas de fachada e Transações imobiliárias
ilícitas. Em relação ao dano ambiental causado durante a atuação do grupo
criminoso naquela área, foi possível identificar até o momento aproximadamente
25.000ha (vinte e cinco mil hectares) de área total desmatada ilegalmente,
correspondente a cerca de 35.000 (trinta e cinco mil) campos de futebol de
tamanho oficial.
Um levantamento preliminar das movimentações bancárias dos investigados
judicialmente autorizado pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho/RO revelou
até o momento uma movimentação financeira total a crédito em valor superior a
R$ 110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais) entre os anos de 2020 e 2025.
O Ministério Público do Estado de Rondônia reafirma seu compromisso
inabalável com a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis, atuando firmemente no combate
ao crime organizado e defesa da sociedade.
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