Quinta-feira, 1 de agosto de 2024 - 13h58
Um
imóvel construído em Ji-Paraná (RO) com verbas federais deve ser destinado para
a finalidade à qual foi planejado: ser a Casa do Estudante Indígena. Essa é a
recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para a Prefeitura, que após a
construção, por falta de administração, destinou o imóvel a uma cooperativa. A
prefeitura tem 20 dias para informar se acatará a recomendação e quais as
providências foram adotadas.
Antes
de expedir a recomendação, o MPF pediu, por ofício, que a Prefeitura informasse
se o imóvel continua sendo utilizado pela cooperativa, quais as condições
atuais da casa e as informações sobre sua destinação para a moradia de
estudantes indígenas. No entanto, não houve resposta.
Em
visita ao imóvel, a equipe do MPF observou que a casa se encontra,
aparentemente, abandonada, com acúmulo de folhas e animais mortos. O MPF fez
contato com a Procuradoria Municipal, mas também não obteve retorno. A casa
está localizada à rua Vilagram Cabrita, nº 197, Bairro Casa Preta, esquina com
a Rua São João, em Ji-Paraná.
Sem aluguel – A Universidade Federal
de Rondônia (Unir) oferece, no campus de Ji-Paraná, o curso de Licenciatura em
Educação Básica Intercultural, para formação de professores para escolas
indígenas. O curso tem, atualmente, mais de 300 alunos indígenas matriculados,
de diversas etnias e de vários municípios rondonienses. Alguns estudantes
viajam quase 700 quilômetros para frequentar as aulas presenciais.
Recentemente,
esses alunos procuraram o MPF para relatar que estavam em barracas no campus de
Ji-Paraná por não conseguirem alugar residências na cidade. De forma
emergencial, o MPF expediu recomendação para que a Unir permita que os alunos
permaneçam temporariamente nas barracas no campus, enquanto a situação de
moradia não se resolve.
Os
alunos indígenas apontam que não conseguem alugar residências porque os
proprietários de imóveis exigem um período mínimo de contrato de seis meses,
mas o período letivo presencial do curso é de dois meses. Além disso, eles
relataram que o valor da bolsa de estudos está sem reajuste há mais de 6 anos e
é insuficiente para pagar aluguel e custear as despesas de alimentação,
higiene, transporte etc. Além disso, mesmo quando conseguem alugar, as casas
são distantes da Unir e são furtadas.
A
procuradora da República Caroline de Fátima Helpa, que assina a
recomendação, defende que a moradia dos acadêmicos indígenas é
assunto que interessa a todos. “Há um binômio de interesses: de um lado os acadêmicos
que visam conquistar uma formação profissional e melhoria de suas respectivas
condições de vida – o que é digno; de outro, o interesse do Estado em ter
profissionais qualificados para atendimento das demandas estudantis, sobretudo
em territórios mais distantes dos centros urbanos, como forma de diminuir as
desigualdades econômicas, financeiras e culturais, e melhoria do bem-estar de
todos”, explicou na recomendação.
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