Terça-feira, 21 de março de 2023 - 14h43
O Ministério Público Federal (MPF) quer que o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realize o
mapeamento de uma área no norte de Rondônia onde famílias esperam há oito anos
pela regularização das terras que ocupam no Projeto de Assentamento Florestal
(PAF) Jequitibá, no município de Candeias do Jamari.
Por falta de
delimitação do território, o assentamento chega a ocupar, de forma irregular,
áreas de reserva e proteção ambiental vizinhas. Além disso, a falta de
informações por parte do Incra tem impossibilitado a adoção de medidas efetivas
para regularizar a posse dos lotes e pôr fim aos conflitos agrários e à
ocupação de áreas indevidas na região.
Os pedidos fazem parte
de uma recomendação que o MPF emitiu ao Incra para que o órgão faça um
levantamento sócio-ocupacional detalhado do local. A pesquisa deve apontar
quais famílias estão fixadas tanto no PAF Jequitibá quanto nas áreas de
preservação ambiental do estado de Rondônia e da área de proteção ambiental da
usina hidrelétrica de Samuel, situadas no entorno. O perfil dos ocupantes
também deve constar dos dados, com a indicação do tempo que lá estão e a
descrição das atividades produtivas que desenvolvem.
O MPF pede também que o
Incra tome as medidas necessárias para o assentamento de 25 famílias no PAF.
Elas estão acampadas na área desde 2015 sob a promessa de que teriam a posse
dos lotes, mas até hoje os títulos não foram concedidos. Enquanto aguardam, os
ocupantes permanecem vulneráveis a investidas de particulares, que tentam
expulsá-los e se aproveitam da indefinição administrativa sobre o assentamento
para reivindicar as mesmas terras. Disputas judiciais, ameaças e uso de
violência são práticas comuns nos últimos anos devido à falta de regularização
fundiária no local.
Obstáculos
- A
demora do Incra é resultado, entre outros fatores, de atos normativos que o
órgão expediu em 2019 a respeito dos processos de assentamento. Três
memorandos-circulares daquele ano determinaram a suspensão de vistorias em
áreas a serem desapropriadas para reforma agrária, o sobrestamento de processos
em curso e a recusa de atendimento a entidades sem personalidade jurídica. As
medidas não só criaram obstáculos para o avanço da reforma agrária nos últimos
quatro anos, como também serviram de pretexto para diversas omissões que levaram
a situações como a constatada em Candeias do Jamari.
“Amparado em tais
memorandos, o Incra, por uma interpretação equivocada, não vem fazendo
vistorias em áreas públicas, tampouco em áreas nas quais há provável
propriedade pública da terra e com presença de litígio pela posse da terra”,
destacou o procurador da República Raphael Luis Pereira Bevilaqua, autor da
recomendação do MPF.
O documento estabelece
prazo de 15 dias para que o Incra sinalize se acatará os pedidos. A resposta
deve incluir também um cronograma sobre as medidas a serem implementadas. Caso
se recuse a cumprir a recomendação, o órgão fica sujeito a medidas judiciais,
como o ajuizamento de ação civil pública.
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