Terça-feira, 6 de maio de 2025 - 11h36
Policiais militares e civis,
bombeiros militares, agentes penitenciários e socioeducadores devem ser
capacitados em relação à temática LGBTQIA+ para melhor desempenhar suas
atividades quando houver pessoas dessa população. Esse é um dos pontos da
recomendação de cinco órgãos de proteção aos direitos e de defesa das leis
enviada à Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) e à
Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
Assinam o documento o Ministério
Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), o
Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União (DPU) e a
Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO). Os órgãos estaduais têm
prazo de 20 dias úteis para manifestar se acatarão as orientações.
Pela recomendação, a Sesdec deve
promover treinamentos regulares para policiais militares, civis e bombeiros
militares e a Sejus deve fazer o mesmo com relação aos agentes penitenciários e
socioeducadores. As secretarias têm prazo de 60 dias para elaborar cronogramas
para os treinamentos e capacitações para o ano de 2025 e programações para os
anos seguintes, encaminhando cópias aos MPs e defensorias.
Identificação
– Outro
ponto da recomendação prevê que a população LGBTQIA+ seja corretamente
identificada. Os boletins e registros de ocorrência da Polícia Militar, Polícia
Civil e Corpo de Bombeiros Militar devem conter identidade de gênero,
orientação sexual e nome social. Com isso, pode-se extrair informações
específicas sobre violências direcionadas a essas pessoas em Rondônia, como,
por exemplo, crimes de violência doméstica e familiar contra mulheres
transexuais e travestis, que podem resultar em medidas protetivas de competência
da autoridade policial.
A Sejus também foi recomendada a
incluir dados relativos às pessoas LGBTQIA+ nos seus sistemas informatizados -
assegurando a proteção de dados pessoais (identidade de gênero, orientação
sexual e nome social) e o pleno respeito aos seus direitos e garantias
individuais, principalmente quanto à intimidade, privacidade, honra e imagem -,
de maneira que seja possível extrair do respectivo sistema as informações
específicas sobre violências direcionadas a estas pessoas.
Investigação
– Em
um inquérito civil, o MPF apurou que a Polícia Civil e a Polícia Militar em
Rondônia cumprem apenas parcialmente as medidas que garantem a efetividade do
direito à igualdade para pessoas LGBTQIA+, e que o Corpo de Bombeiros Militar
não realizou cursos específicos sobre o tema, nem tem previsão de fazê-lo.
Embora a Sejus tenha editado uma
portaria incluindo treinamento sobre tópicos como Registro Intersexo e
Violência Homofóbica/Transfóbica em seu planejamento de cursos, a recomendação
aponta que o conteúdo é parcialmente contemplado e que não há informações sobre
um sistema informatizado na secretaria que assegure a proteção de dados
pessoais das pessoas LGBTQIA+.
Violências
de gênero – Na recomendação,
as instituições destacam que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo
para a população LGBTQIA+, com 237 mortes violentas registradas em 2020,
decorrentes de discriminação.
Em Rondônia, houve 240 registros
de ocorrência policial de crimes contra pessoas LGBTQIA+ apenas entre 2020 e
2021. A falta de políticas públicas efetivas, incluindo investigação,
julgamento, punição e reparação, é citada como um fator que contribui para a
tolerância e impunidade dessa violência.
Com a recomendação, os órgãos
buscam garantir o direito à igualdade, o reconhecimento, a não discriminação e
o respeito às diferenças das pessoas LGBTQIA+ no estado.
A
recomendação conjunta foi assinada pelo procurador da República Raphael
Bevilaqua, pela promotora de Justiça Daniela Nicolai, pelo procurador do
Trabalho Igor Sousa Gonçalves, pelo defensor público da União Thiago Roberto
Mioto e pelo defensor público Eduardo Guimarães Borges.
Íntegra da recomendação
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