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Polícia

Empresa diz que operação da PF tem caráter 'midiático'


Alex Rodrigues
Agência Brasil

Alvo da Operação Sorte Grande, deflagrada ontem (20), pela Polícia Federal (PF) para desarticular um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, o grupo empresarial Meio Norte, de Teresina (PI), divulgou nota em que afirma que a ação da PF, que contou com o apoio da Receita Federal, é fruto de “um grande e lamentável equívoco”.

“Não há sonegação fiscal em qualquer montante. E ao longo do processo será demonstrada cabalmente essa afirmação”, informa a nota que o grupo empresarial divulgou na noite de quarta-feira, em sites de notícias do sistema Meio Norte de comunicação e em páginas do grupo nas redes sociais. Ontem, durante todo o dia, a Agência Brasil tentou, sem sucesso, conversar com representantes legais da empresa.

Segundo a Polícia Federal, as empresas do grupo Meio Norte são investigadas por sonegar contribuições previdenciárias e tributos utilizando laranjas e empresas offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. O esquema vêm sendo investigando desde 2006 e a PF estima que cerca de R$ 896 milhões foram desviados nos últimos anos.

“Inquérito policial não é sentença. Até mesmo denúncia não forma convicção de culpa. Nesta fase atropelada, tais acusações não passam de hipóteses não comprovadas”, argumenta a empresa, na nota, garantindo que “os fatos serão esclarecidos sem o estrépito dessas coações”, numa aparente referência aos mandados de busca e apreensão cumpridos por policiais em duas concessionárias e um hotel pertencentes ao grupo e à condução de 13 pessoas supostamente envolvidas com o esquema para prestar depoimento.

Entre os suspeitos contra quem a Justiça Federal expediu mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é conduzida à delegacia para prestar depoimento e liberado em seguida) está o empresário Paulo Guimarães, sócio majoritário do grupo empresarial. Localizado em São Paulo, na manhã dessa quarta-feira, Guimarães prestou depoimento na superintendência paulista da PF. Como o processo corre em segredo de justiça, não foi possível apurar a identidade dos demais depoentes.

O sigilo das investigações também impediu que os delegados federais e o procurador da República que acompanham o caso fornecessem detalhes sobre as suspeitas. Durante o dia, a PF se limitou a informar que a composição societária de empresas do grupo que deviam à Receita Federal era frequentemente modificada e os ativos dessas empresas transferidos para falsos sócios ou empresas offshore. Os investigados então inscreviam as empresas desmontadas em programas de recuperação fiscal e, com isso, evitavam a imediata cobrança das dívidas, que eram renegociadas e parceladas. Como garantia do pagamento futuro, as empresas ofereciam bens de baixo custo, como cadeiras e aparelhos de ar condicionado.

Na nota que divulgou ontem, o grupo Meio Norte revela detalhes sobre as suspeitas da PF e da Receita Federal, que, de acordo com a empresa, envolvem supostas e antigas irregularidades da operadora de sorteios que administrava o Poupa Ganha, espécie de bingo eletrônico que distribuía prêmios aos compradores sorteados e que chegou a ser vendido em outras regiões do país, especialmente em São Paulo. O Poupa Ganha foi fechado no ano 2000, após ser alvo de uma ação do Ministério Público Federal, PF e da Receita, e de a Caixa ter determinado que o valor dos prêmios distribuídos fosse ampliados.

“Em consulta ao inquérito policial, há relatos aos idos dos anos 2000, quando as empresas Poupa Ganha sofreram autuação fiscal fundada na suposição de que todo vendedor de cartela tinha vínculo trabalhista e que haveria, na prestação de contas, redução do número de cartelas vendidas. Isso engendrou falsa suposição de gigantesca sonegação fiscal”, afirma o grupo Meio Norte, apesar de os processos ainda não terem sido julgados.

Ainda de acordo com a empresa, o inquérito policial também faz menção às igualmente antigas suspeitas de irregularidades cometidas na gestão da distribuidora de medicamentos Imediata, desativada há anos. “Representantes de venda de remédios também foram vistos pela autoridade como empregados da empresa. Tal engano deu margem a autuação mirabolante. As empresas atuais não se ligam àquelas do passado, mas são objeto de investigação, sem, contudo, haver qualquer relação com as empresas investigadas no passado”, conclui o grupo empresarial na nota em que classifica a Operação Sorte Grande como uma “estrondosa operação policial, de caráter nitidamente midiático”.

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