Sexta-feira, 21 de setembro de 2018 - 07h31
Da Rede Brasil Atual - "Medidas de Temer colocam em risco a saúde social do Brasil. Temos que olhar para o povo, para quem falta creche, remédio, gás a preço justo, renda para terminar o mês. Se não olharmos para esse trabalhador, vamos colher frutos ruins", disse o candidato à presidência do PT, Fernando Haddad, em debate realizado ontem (20) na TV Aparecida, no interior paulista – o evento foi promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Haddad criticou as medidas do presidente Michel Temer (MDB) e apontou a participação direta do PSDB no projeto emedebista.
O candidato representante direto de Temer, Henrique Meirelles (MDB), atacou os governos petistas em confronto direto com Haddad, que lembrou o fato de que Meirelles foi presidente do Banco Central durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Considero a ingratidão um dos maiores pecados na política. Criamos 20 milhões de empregos em 12 anos, considerados os quatro anos de Dilma", afirmou.
Haddad voltou a falar sobre a entrevista do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que admitiu que seu partido errou ao prejudicar o governo Dilma Rousseff, eleita em 2014 e cassada em 2016. "Após a reeleição da Dilma, o presidente do PSDB já admitiu que seu partido começou a sabotar o país contra suas convicções. Vamos recuperar a confiança dos investidores e do povo mais pobre. Temos que rever as medidas aprovadas pelo Meirelles durante o governo Temer. Precisamos voltar a ser felizes. A exclusão social que gera desigualdade e baixo desempenho da economia. Povo com dinheiro, a economia cresce", completou.
Assista a primeira parte do debate:
Sabatina
O petista seguiu no foco do debate, questionado
por um jornalista da Rádio Aparecida sobre problemas relacionados a
imigrações no país. "Nossa tradição é de acolhimento para todos os povos
que escolheram o Brasil para morar. Sou filho de imigrante libanês que
encontrou no Brasil a oportunidade para formar seus filhos. Prezo o tema
do acolhimento. Na cidade de São Paulo, que fui prefeito, vimos fluxos
migratórios e recebemos todos mediante políticas públicas transformadas
em lei. Sancionei a lei da migração na cidade de São Paulo em meio ao
Fórum Social Mundial. Servimos de exemplo ao mundo de como acolher
imigrantes", disse.
Haddad argumentou que o Brasil "tem que dar
exemplo de paz contra a intolerância. Recrudescer a violência não nos
levará a lugar nenhum. Plantar violência faz colher violência.
Precisamos plantar paz, cuidar e acolher", completou.
Na
sequência, Meirelles foi questionado sobre o desemprego que assola o
país. O emedebista atenuou a responsabilidade de Temer e de seu partido
que está no poder há dois anos. Disse que o desemprego é herança do PT,
mesmo com o problema tendo explodido durante a gestão de seu partido.
Meirelles também não falou sobre a ineficácia da "reforma" trabalhista,
que retira direitos dos trabalhadores, e foi aprovada sob argumento de
criação de empregos.
Já o tucano Geraldo Alckmin foi questionado
sobre crise e reforma política. "Temos um modelo político exaurido, com
35 partidos políticos e 25 com representação na Câmara. O Congresso já
aprovou a proibição da coligação proporcional. Precisamos ter menos
partidos, mais programáticos e com fidelidade", disse o candidato que
agrega a maior quantidade de partidos em sua chapa.
Gulherme
Boulos, candidato do Psol, falou sobre políticas públicas de erradicação
do trabalho infantil. "É fundamental dar oportunidade para as crianças.
Elas precisam estar nas escolas. Qualquer empresa que seja pega com
trabalho infantil tem que ter seu registro cassado. Se for no campo, tem
que ter desapropriação e sanção. Não se brinca com esse tema, se
enfrenta. Ao mesmo tempo, é preciso ampliar o serviço de educação. O
trabalho infantil é uma das faces dos absurdos do trabalho do Brasil."
Seguindo
a lógica de problemas do mundo do trabalho, Boulos disse que a
"perversidade tem como exemplo a reforma trabalhista de Michel Temer,
que permitiu que mulheres grávidas trabalhem em lugar insalubre". "Só
gerou insalubridade e desemprego. Prometeram que a retirada de direitos
gera emprego. Isso não é bom negócio, queremos férias, todos os
direitos. Além de retirar direitos, gerou desemprego. Essa política que
não foi eleita pelo povo será revogada através de um plebiscito."
Inscreva-se na TV 247 e depois assista a segunda parte do debate:
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