Segunda-feira, 9 de maio de 2016 - 14h07

Quem achou que Eduardo Cunha estava morto deu-se mal. Tanto nas hostes ainda governistas como nas temeristas (com licença do neologismo que já está pegando) é forte a convicção de que o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, acertou com Cunha a anulação das votações do impeachment na Câmara na conversa que tiveram na sexta-feira, dia 6. Na véspera o STF havia afastado o presidente da Câmara do mandato, e por decorrência, do cargo de presidente. Temer, a cúpula do PMDB e o PSDB, capitães do golpe parlamentar, fizeram um eloquente silêncio público, embora em privado tenham externado solidariedade a Cunha.
Neste domingo, dia 8, o ex-governador Garotinho fez a postagem em seu blog que antecipou a bomba que Maranhão detonaria nesta segunda-feira. Escreveu ele:
“Ontem conversei por telefone com um deputado federal do PR amigo íntimo de Eduardo Cunha.
Ele tinha estado com Cunha minutos antes em sua residência oficial.
Fez algumas afirmações que são de arrepiar os cabelos.
Talvez não seja próprio revelar todas, mas uma, com certeza, já deve ter chegado a Michel Temer.
Eduardo Cunha disse em alto e bom som a seguinte frase: “Se eu for abandonado não vou sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero) Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou”.
O amigo de Cunha me revelou que nunca tinha visto Eduardo no estado que o encontrou nessa visita. Cunha estava abatido, ansioso e com espírito de vingança.”
Isso postou Garotinho ontem.
O que Maranhão anulou hoje foram os atos ocorridos entre 15 de 17 de abril. Logo, está anulada a votação que autorizou a abertura do processo de impeachment.
Logo, pode também ter perdido o valor a votação na comissão do Senado.
E outra consequência pode ser ainda mais significativa.
Na Câmara pode ser pedida, pelo atual governo, a junção do processo de impedimento de Dilma com o pedido de impeachment de Temer.
O que, em última análise, poderia confirmar a ameaça de Cunha, segundo o interlocutor de Garotinho: o fim de um governo que nem começou.
Colunista do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas do País
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