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Só boas intenções não ajudam a resolver os problemas crônicos do estado


Valdemir Caldas - Gente de Opinião
Valdemir Caldas

Longe de mim duvidar das boas intenções do governador Marcos Rocha para tentar colocar o estado de Rondônia nos eixos, mas todo mundo sabe que isso é muito pouco. Não sei se o chefe do executivo estadual já reparou, mas há uma indisfarçável decepção por parte da grande maioria da população com os serviços que lhe são prestados pelo poder público, com relevo para os setores da saúde, educação, segurança pública e abastecimento de água tratada, apenas para ficar nesses quatro exemplos. São frustrantes e não satisfazem as expectativas do povo. Todo mundo sabe disso, inclusive dentro do governo, porém ninguém tem coragem para contrariar o chefe, principalmente auxiliares mais próximos. Assim, melhor deixar tudo como está e não correr o risco de ser mandado para casa mais cedo. Não menos revoltante é o silêncio sepulcral de deputados federais e estaduais, que não abrem a boca para denunciar essa situação vexatória.

Mas nem tudo é desgraça na administração do coronel Marcos Rocha. Se peneirar bem, existem alguns raros segmentos da estrutura organizacional do estado relativamente bons ou sofrivelmente regular, porém, nos campos da saúde, educação, segurança pública e abastecimento de água potável, muita coisa vem deixando a desejar, decepcionando cada vez mais a população. Relativamente à saúde, domingo (7), pela manhã, conversei demoradamente com um profissional da área, mais especificamente, um enfermeiro. Com razão, ele reclamou não somente das disparidades salariais, sem que qualquer atenção tenha sido dispensada pelas autoridades, no sentido de corrigi-las, como também das precárias condições de trabalho. É visível, assim, a consideração capenga de políticos e autoridades por esse que é um setor vital à população.

O governador e muitos daqueles que o cercam até que se têm esforçado para tentar justificar a ineficiência dos serviços afetos a essas e outras áreas de governo, mas não convencem, exceto áulicos palacianos. Falo e escrevo não como adversário, mas como alguém que votou em duas ocasiões no candidato Marcos Rocha, e que não está nenhum pouco satisfeito com o que tem visto, lido e ouvido sobre o assunto. Talvez o momento não seja de procurar culpados, mas eles existem, e não são poucos. Contudo, mandam os mais altos interesses coletivos que se analisem os problemas a partir de suas causas mestras, a fim de que novos erros não sejam cometidos. Daí por que a necessidade de o governo abandonar as promessas inócuas e avançar na execução de propostas e projetos consistentes. Enquanto algumas unidades da federação experimentam mudanças importantes, especialmente na área da segurança público, como é o caso do estado de Goiás, vamos sendo placidamente levados pelo canto da sereia de políticos e administradores da coisa pública com seus discursos recheados de boas intenções, que em nada ajudam a resolver os problemas crônicos contra os quais a população de Rondônia se debate.

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