Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Rondônia

Piscicultura: Falta de fiscalização causa prejuízos e pode comprometer saúde pública

O pescado manipulado de forma incorreta, libera histamina, causada por bactérias, que pode levar até a morte


Piscicultura: Falta de fiscalização causa prejuízos e pode comprometer saúde pública - Gente de Opinião

O Ministério Público estadual recebeu uma denúncia nesta semana sobre a falta de fiscalização por parte do Estado na atividade da piscicultura, o que vem favorecendo e de certa forma estimulando a consolidação de um grande mercado clandestino de pescado. Segundo um grupo de veterinários, que fizeram a denúncia, o estado de Rondônia e um dos poucos no Brasil que não cumpre a lei federal 7.889/89 que trata da inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal.

Graças ao êxito da grande campanha institucional de incentivo a piscicultura em Rondônia, qual se empenharam Estado, municípios, parlamentares e empresários, o estado se tornou um dos grandes produtores de peixe em cativeiro, mas a política adotada focou apenas na produção e não com toda a cadeia que envolve a atividade a partir da despesca, o que tem feito com que o pescado produzido em Rondônia manipulado de forma totalmente incorreta represente risco à saúde pública.

Dessa forma, todo o esforço e investimentos financeiros para que Rondônia se situasse no topo entre os produtores de peixe em cativeiro podem ir por água abaixo, caso as autoridades não se voltem para o problema da falta de inspeção sanitária adequada, vez que o pescado manipulado de forma incorreta, pode liberar a histamina, espécie de veneno alergênico causado por bactérias que pode desencadear um quadro de intoxicação progressiva e levar até a morte. “A higiene e boas práticas de manipulação devem ser observadas desde a captura até à mesa do consumidor”, preconizam os veterinários.

Segundo os denunciantes, um frigorífico é obrigado a cumprir pelo menos 16 protocolos de boas práticas que vão desde a despesca até a entrega ao comprador em perfeitas condições de higiene. Na realidade, porém, a maioria do pescado consumido em Rondônia é grosseiramente manipulada, sem observação das normas mínimas de cuidados sanitários, na maioria das vezes em lugares inadequados nos fundos dos supermercados.

A boa prática de abate define como forma correta que, conforme os peixes vão sendo retirados dos tanques, são acondicionados em caixas com gelo para insensibilização pré-abate, ou ser colocados em caixas de transporte com água e oxigênio para chegarem ainda vivos ao frigorífico. No frigorífico, recebem um banho em água clorada para eliminação de bactérias, pois logo após a morte o peixe entra em uma fase de transformações bioquímicas, chamada de rigor mortis.

Isso não se vê com a maioria do pescado que muitas vezes é manipulado desde a captura até a comercialização, onde o preparado é feito nos fundos dos supermercados sem qualquer cuidado com as normas corretas.

Os veterinários que elaboram a peça da denúncia pedem que o Ministério Público exija do governo estadual e dos municipais o cumprimento das leis (federal, estadual e municipais) que tratam das regras sanitárias que todos os estabelecimentos comerciais (mercados, peixarias, mercearias etc.), devem ter origem e rastreabilidade de seus produtos de origem animal e vegetal e sigam o mesmo que acontece com a carne, frango, porco e embutidos de origem animal.

Por fim, destacam que um investimento em um frigorífico não fica abaixo dos R$ 10 milhões num negócio que gera empregos, impostos e deixa como margem de lucro cerca de 6%, enquanto que os clandestinos geram bem menos empregos, se beneficiam de sonegação e ficam com lucros acima dos 50%, oferecendo como ‘plus’ o risco à saúde a população consumidora de carne de pescado.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Ações de fiscalização serão intensificadas até fevereiro de 2026 com integração das forças de segurança

Ações de fiscalização serão intensificadas até fevereiro de 2026 com integração das forças de segurança

Uma ação conjunta da Lei Seca Nacional marcou o início da Operação Rodovida 2025/2026, no último fim de semana, a mobilização segue até 22 de fevere

Concurso Nacional define projeto da nova sede do Sebrae em Rondônia

Concurso Nacional define projeto da nova sede do Sebrae em Rondônia

O Sebrae em Rondônia concluiu, em dezembro de 2025, o julgamento do Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo que irá definir o projeto d

Ecoporé lança série de vídeos que retrata quatro anos de projeto Terra e Mata em Rondônia

Ecoporé lança série de vídeos que retrata quatro anos de projeto Terra e Mata em Rondônia

A Ecoporé, com apoio financeiro do fundo socioambiental Caixa, lançou uma série de oito vídeos sobre o projeto Terra e Mata, que retrata os últimos

Parcerias que Transformam: Sebrae celebra o encerramento das ações de 2025 em Ariquemes

Parcerias que Transformam: Sebrae celebra o encerramento das ações de 2025 em Ariquemes

A união que gera resultado foi o fio condutor do Encerramento Anual das Ações 2025 do Sebrae em Ariquemes. Na noite de 9 de dezembro, empresários, p

Gente de Opinião Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)