Terça-feira, 12 de agosto de 2025 - 08h10
Centenas
de pessoas se dirigiram à Corumbiara no sábado, 09 de agosto, para relembrar os
30 anos do maior conflito agrário de Rondônia. Por volta de 10 horas da manhã,
dezenas de pessoas já se concentravam na praça da igreja matriz. Entre os
presentes estavam várias vítimas da ação desastrosa da PM que atacou o
acampamento na madrugada do dia 09 de agosto de 1995.
O ato foi
convocado pelo Comitê em Defesa das Vítimas de Santa Elina (CODEVISE), Comissão
Pastoral da Terra (CPT), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
(CEBRASPO), Associação Brasileira de Advogados do Povo (ABRAPO), Diretório
Central dos Estudantes (DCE/UNIR), Organização dos Povos Indígenas de Rondônia,
Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas (OPIROMA), Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), GTGA/UNIR, HISTEDBR/UNIR, NEHLI/IFRO, REC/UNIR e teve apoio
das entidades sindicais: ADUNIR – Seção Sindical do ANDES, SINDSEF-RO, SINTERO,
SINDUR, SINPROF, SEEB/RO e SINASEFE.
Em
passeata pelas ruas de Corumbiara, os representantes de Entidades presentes
denunciaram a falência da reforma agrária no Brasil, a indenização para todas
as vítimas do conflito, a criminalização da luta pela terra e inúmeras outras
situações de violências cometidas contra os camponeses, indígenas e
trabalhadores. Representantes indígenas denunciaram a invasão de seus
territórios e exigiram a demarcação de territórios tradicionais já
identificados. As famílias que vivem na antiga fazenda Santa Elina, onde hoje
existem os assentamentos Zé Bentão, Renato Nathan, Alzira Monteiro, Alberico
Carvalho e Maranatã 1 e 2, denunciaram que não tem acesso à crédito, o que tem
dificultado sua situação para produzir e comercializar sua produção.
Homenagens às vítimas de 1995, à intelectuais e a lideranças camponesas
O número oficial de mortos foi de 16 pessoas e há cerca de sete desaparecidos. Para os camponeses, o número de mortos pode ter sido muito maior, porque muitos mais teriam sido mortos por policiais e jagunços, tendo seus corpos ocultados. Entre os homenageados no ato estão as vítimas: Nelci Ferreira, Enio Rocha Borges, José Marcondes, Ercilio Oliveira Campos, Odilon Feliciano, Ari Pinheiro dos Santos, Alcino Correia da Silva, Darli Martins, Sérgio Rodrigues Gomes e a pequena Vanessa dos Santos Silva, que tinha apenas 7 anos em 1995. Também prestaram homenagem ao vereador de Corumbiara, Manoel Ribeiro (Nelinho), assassinado em 18 de dezembro de 1995 por apoiar os camponeses da fazenda Santa Elina e inúmeros sobreviventes que morreram ao longo dos anos em virtude das sequelas das agressões e torturas sofridas.
Os manifestantes também prestaram homenagem ao geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, grande estudioso da questão agrária, que faleceu no último dia 02 de agosto e ao sociólogo Fausto Arruda, que atuou em Rondônia na educação dos camponeses e na edição da imprensa popular. Também prestaram homenagem ao professor Renato Nathan, assassinado em 09 de abril de 2012 e inúmeros outros camponeses assassinados ou que morreram ao longo dos últimos anos, dentre eles: José Fonseca (Pelé), Cleomar Rodrigues, Amarildo Aparecido Rodrigues, Amaral José Stocco Rodrigues, Kevin Fernando Holanda de Souza, Gedeon e Rafael; entre outros camponeses.
O ato foi encerrado ao meio dia em frente a Igreja Matriz de Corumbiara com os participantes entoando canções e com a distribuição de sementes crioulas de feijão organizadas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO).
UNIR, IFRO e Entidades visitam os assentamentos
Ainda no dia 09 de agosto, professores e estudantes do IFRO e da UNIR, além de representantes de entidades, advogados, indígenas e médicos estiveram na antiga sede da fazenda Santa Elina, na escola Água Viva, onde puderam conhecer melhor a situação vivida pelas famílias que lá residem, levantando demanda para outras ações de pesquisa e extensão. Na oportunidade, também foi prestado consultas e atendimento médico.
Atividades Religiosas
Outras atividades também foram realizadas na ocasião. Um culto ecumênico e uma missa organizadas pela Igreja Católica, Fetagro e Sindicatos expressaram a memória das vítimas e também relembraram a necessidade de indenizações.
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