Domingo, 5 de março de 2017 - 08h24
“Eu creio que um dia me tornarei um cristão de verdade, então deverei envergonhar-me, sobretudo, não por não me ter tornado cristão antes, mas por haver tentado primeiro todas as fugas” (Kierkegaard,Soren, Diário, 8/12/1837). Estas palavras do filósofo poeta cristão dinamarquês introduzem o sentido da quaresma. Agora é o tempo favorável em que ressoa o convite para tomar uma decisão séria, radical, operativa e pessoal para me tornar cristão de verdade.
Todos têm uma rotina diária que vai imprimindo uma forma quase mecânica e automática de viver. Não se trata apenas das atividades diárias para as quais a rotina organiza o dia e permite cumprir as obrigações. Mas a rotina também pode tomar conta da maneira como as pessoas se relacionam. O outro se torna peça de engrenagem que faz funcionar o meu dia. A rotina também invade a vida espiritual e o relacionamento com Deus. Enfim, a rotina acomoda, vai enfraquecendo as relações interpessoais, a empatia e o entusiasmo vai diminuindo. Como também pode passar a falsa impressão de que tudo está bem. Um dia o papa emérito Bento XVI disse que a nossa maior ameaça “é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”.
Viver bem a quaresma é uma oportunidade para se questionar e sacudir a rotina diária. Estou me tornando um cristão melhor? A minha presença, seja na família, no trabalho, na sociedade, é sal e luz? Além de constatar os problemas, faço algo além disso? Ao tentarmos responder estas perguntas ou outras, certamente, vamos perceber que em muitos aspectos podemos estar bem e em outros não.
Voltando à frase de Kierkegaard, citada anteriormente. Ele afirma que não se envergonhava das suas contradições da vivência cristã. Tinha a convicção de que o mundo só viu um cristão autêntico, isto é, coerente entre a proposta cristã e a sua plena vivência, que foi Jesus Cristo. Todos as outras pessoas denominadas cristãs vão se tornando cristãs, sem nunca chegarem a completude. É a interpretação que faz do seguimento proposto por Jesus Cristo. “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” Mateus 16, 24).
Kierkegaard declara que se sentirá envergonhado “por haver tentado primeiro todas as fugas”. As formas de fuga podem ser várias: ignorar os problemas; desviar das responsabilidades; fechar-se sobre si mesmo; justificar a própria postura e a indiferença diante das inúmeras situações que se apresentam; acomodar-se com a rotina; não ter espaço para questionar os próprios valores; relativizar as exigências; responsabilizar sempre os outros.
A Campanha da Fraternidade, dentro da quaresma, é uma provocação, pois insere um tema novo na rotina. Este ano, a Igreja propõe o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema é “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15) O objetivo é o cuidado da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, promovendo relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. Novamente, aborda um tema relacionado com a ecologia. O tema volta porque os problemas nesta área são muitos e é preciso uma conversão pessoal e social, também nesta área.
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