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Pareço-me com o Guaporé, corro como o Cabixi


Pareço-me com o Guaporé, corro como o Cabixi

Tenho a boca da noite escura em mim.

Sou pequeno como um Lambari.

Não me preocupo

O seringueiro também é assim.

Minha lerdeza vem do Matá-Matá, da Preguiça, do Jaboti.

Sou amigo do Cachára do Pintado e Caparari.

Faço o som do Sabiá, Arara, Maritaca, Uirapuru,

 Papagaio, Tucano, Peito de Aço, como é belo o vôo do tuiuiú.

Muitas vezes sou Enganado, fico Escondido

Dou Sete Voltas no Pires de Sá, para chegar nos Parecis.

Sou Cacaeiro, Seringueiro, Beradeiro.

Castanheiro corre ligeiro pra pescar seu Tambaqui.

Sinto saudades da mata bruta

Mogno, Peroba, Jacarandá.

Cerejeiras, Tucumã, Pau Ferro

Castanheira, Seringueira, Jequitibá.

Angico, Babaçu, Barriguda, Açaí.

Louro, Garapeira, Araçá.

Massaranduba, Ipê, Abacaba, Buriti.

Sou negro, branco. O Índio está em mim

Paiaguás, Sateré, Manaó.

Karitiana, Cinta Larga, Yanomami.

Mura, Parintins, Bororó.

Gavião, Urueu, Tupinambá.

Nambikwara, Aikanã, Cabixi.

Kanoé, Latundê, Kaxinauá.

Massaka, Boca Preta, Urubu.

Surui, Pataxó, Karipuna.

Arikeme, Kaioá, Ajuru.

Acho gostoso, galinha caipira com pamonha.

Paca assada e farofa no casco do Tracajá.

Porco frito na sua própria banha.

Cuca, farinha d’água, cheiro de café ao torrar.

Jiló, charque, abóbora, quiabo.

Tambaqui assado na palha da bananeira.

Uma mulher corada, que eu querendo me queira.

Cachaça de alambique

 Um bailão na lua cheia.

Amor... fizemos escondidos na tuia

Um monjolo roda d’água e pilão

Cantiga de galo, todos dormiam.

Enquanto eu pedia a sua mão.

Os festejos, de são Pedro, santo Antonio e são João.

O peão de boiadeiro, o jeito caipira de cantar.

A festa do divino, seus seresteiros

Enciumados com o nosso jeito de amar.
 

 Fonte: Emmanoel Gomes da Silva

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