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Para ser médico...!


Valdemir Caldas - Gente de Opinião
Valdemir Caldas

Ninguém chega ao posto de médico por acaso. O caminho é árduo, cheio de obstáculos, quase intransponíveis. Só os obstinados cruzam a linha de chegada. A maioria fica pelo meio da estrada. Um curso de medicina no Brasil tem duração de seis anos. Se o objetivo é tornar-se um especialista, o médico precisa cursar uma residência, o que, na prática, significa somar de dois a seis anos de estudo, dependendo na área.

Em Rondônia, a mensalidade de um curso de medicina está na casa dos R$ 10 mil. Para manter-se atualizado com os avanços da profissão, o médico precisa buscar novas fontes de pesquisas, por meio de livros, que custam caros, além de participação em seminários, congressos e conferências.

Mesmo assim, ainda tem governante que acha muito pagar um salário de R$ 15, R$ 20 mil ou R$ 30 mil ao médico. Ao contrário do que muitos pensam, pagar salários justos aos que prestam serviços à máquina oficial, nas mais diferentes esferas de poder, não constitui nenhum gesto de benevolência por parte desse ou daquele dirigente público, mas um dever indeclinável. Não o é, porém, entupir as repartições públicas com apaniguados e cabos eleitorais ao arrepio da lei, muitos dos quais sequer comparecem ao local de trabalho.

Os parcos salários pagos não somente aos médicos, mas a grande maioria dos servidores da saúde, vêm obrigando a categoria a fazer muita ginástica financeira para sobreviver. Enquanto isso, analfabetos funcionais, que só sabem fazer um ‘o’ se sentarem pelados na areia quente, embolsam milhares e milhares de reais de subsídios, acrescidos de um sem-número de penduricalhos, além de uma maldita verba indenizatória, cujo valor varia de acordo com a função do político. Em algumas câmaras municipais o valor da verba indenizatória chega aos R$ 44 mil por mês. Para ser médico é preciso ralar muito. Por isso, nem todo mundo pode ser médico, mas qualquer um pode ser político.   

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