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OS SAPIENTES


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Uma coisa que sempre me intriga é o grau de sapiência dos gestores do Poder Judiciário, dos órgãos fiscalizadores e dos auxiliares.

 

Você já viu em algum lugar que o juiz diretor do fórum tal, de tal comarca, ou presidente do tribunal de justiça de tal estado, ou o presidente do STJ, STM, TSE, TST, STF ou advogado geral da União, procuradores geral de justiça, também da União ou dos estados, tivessem as contas de suas gestões reprovadas?

 

Ouviu falar que alguém nesse meio foi afastado de suas funções, tivessem direitos suspensos, reparassem o dano, fossem presos?

 

Se for caçar mesmo, talvez ache um caso ou outro, escondidinho. E olhe lá!

 

Somente nos tribunais de contas e assembleias legislativas pipocam, aqui e acolá, um caso ou outro, como ocorre atualmente no Rio de Janeiro e como já aconteceu aqui, em Rondônia, com autoridades presas.

 

Na maioria absoluta dos casos Brasil a fora, estas castas de gestores especiais têm suas contas aprovadas apesar da inexperiência por nunca terem administrado nada. E nem terem formação para tal habilidade.    

 

Os gestores judiciários e dos tribunais de contas são, na absoluta maioria, advogados que não tiveram na grade curricular de suas formações, uma aula sequer sobre gestão pública ou privada. Entretanto, não se ver suas contas reprovadas nem censuradas pelos órgãos de controle. Eles acertam todas.


Não têm uma diária fora do lugar, uma compra acima do preço, uma licitação duvidosa, uma nomeação inadequada ou cruzada, um mínimo desvio fora da curva do rio. Tudo certo, reto. Entretanto, eles compram, contratam, nomeiam, constroem, licitam, pagam, respondem por orçamentos milionários, bilionários.


Por que não revelam esse 'saber', essa 'sapiência' toda para os pobres mortais que administram contas de prefeituras, secretarias, órgãos e entidades públicas? Pessoas que, na grande maioria, acabam responsabilizadas, 'enroladas' em armadilhas processuais que desconhecem e que lhes tira direitos e até a liberdade?

 

Conheço ex-prefeito ‘tirado’ da vida pública por 8 anos pelo crime de imprimir, nos papeis da prefeitura, uma imagem usada em sua campanha. Ele não sabia que era um crime, não foi alertado e nem recebeu a ‘sapiente’ instrução dos deuses. Cidadão simples, perdeu o pouco que tinha e encerrou, precocemente, uma carreira política que poderia continuar gerando frutos para a sociedade. Não é uma judiação?


Que tal então ensinar o 'pulo do gato', dividir o pão, para que os gestores mais ignorantes não caiam nas armadilhas que às vezes são preparadas por servidores adversos e mal-intencionados?

 

A exceção da cadeia, claro, ficará para os que ingressam na vida pública, em qualquer dos poderes, com o objetivo de levar para casa além do valor do contracheque. Esses, infelizmente, são muitos. Para eles, a lei com todo o seu rigor.

 

Talvez, com essa solidariedade dos que sabem mais, comecemos a construir um Brasil melhor, mais justo.

 

 

OsmarSilva – Jornalista – Presidente da Associação da Imprensa de Rondônia-AIRON – [email protected]

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