Quinta-feira, 29 de julho de 2010 - 17h21
Dia 28 de julho celebramos o dia do agricultor, homem ou mulher que trabalha a terra para dela tirar o pão de cada dia com dignidade e garanti-lo na mesa de todos. Trabalho e pão são dois lados da mesma moeda. Por isso não podem viver separados e nem mesmo em conflito. “Ganharás o pão com o suor do próprio rosto”, afirma a Palavra de Deus. Com isso fica garantido que ninguém deve viver de esmolas, ou mendigando, porque é o trabalho que dignifica o homem e a mulher.
Como faz bem aos trabalhadores da terra ver as plantações verdes e um clima favorável prometendo boas colheitas. Como faz bem ver o dourado dos milharais que nesta época da colheita traz o resultado na abundância das sementes. Lamentavelmente na colheita os preços caem e os empréstimos nos bancos e nas cooperativas a serem liquidados permanecem, e muitas vezes sem solução.
Tenho falado nas visitas às cooperativas que as pessoas de maior fé são os agricultores, porque lançam a semente em terra bem preparada, cuidam de todas as formas, mas nunca tem a certeza que vão colher. A única força que os sustenta é a esperança de que Deus mande bons tempos e o clima favoreça o cultivo. Neste ambiente eu nasci e cresci. Na roça, no sítio, fui criado, ajudando desde a infância a cuidar dos animais, das plantações, ajudando a mãe a tirar o leite bem cedinho e depois, montado no manso cavalo, entregar os litros de leite arrumados em mala de pano, de casa em casa, na cidade.
Aprendi a trabalhar, pois em casa nunca faltou nada, mas também nunca sobrou nada. Lembro-me do colchão de palha desfiada, da coberta de pena, da lamparina de querosene, do rádio de pilhas do velho João que, por não ter casa nem família, morava conosco, bem cedinho nos despertava com música sertaneja e com a fumaça do fogão a lenha invadindo a casa toda. Era a hora de levantar, pois a mãe já tinha tomado o precioso chimarrão e nos esperava para ajudar no estábulo, ritual sagrado de todas as manhãs, inclusive aos domingos.
No convívio familiar, nas amizades entre vizinhos, no clima de confiança e liberdade, imbuídos da ingenuidade do caboclo, crescemos e nos tornamos adultos no corpo e na alma. Trabalho, esforço, convivência, amizade, simplicidade, confiança, oração: ingredientes que fizeram a diferença na minha vida, desde o berço e certamente me acompanharão até o túmulo.
Ao recordar o dia dos agricultores, trago à memória as raízes que me fizeram ser o que sou e que ainda hoje me ajudam a cultivar o que devo ser. Assim desejo a todos os trabalhadores do campo e da roça, aos com terra e aos sem terra, que continuem lutando, pois a luta é árdua e vencerão os que perseverarem até o fim.
Como seria bom, se todos os trabalhadores da terra, unidos buscassem os mesmos direitos para que todos tivessem a mesma dignidade! O campo, a terra, é mãe. Nela nascemos, nela vivemos e ela nos acolhe no fim da vida. Nenhuma mãe fica tranqüila sabendo que seus filhos estão acampados, assentados, sem direito a um pedaço de chão para ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Eu também sou homem da roça!
Fonte: CNBB/Dom Anuar Battisti
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