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O vírus toca a todos + Mudar Portugal + contra a frustração da pandemia e outros desencantos


O vírus toca a todos + Mudar Portugal + contra a frustração da pandemia e outros desencantos - Gente de Opinião

O VÍRUS TOCA A TODOS

 

Sim, ele toca a todos, toca com todos e toca em todos.

 

Ainda hoje é o dia em que reflito nas palavras de um político alemão que em 2019 disse estas palavras incisivas em tempos de pandemia: "provavelmente teremos todos de nos perdoar muito uns aos outros".

Fala-se muito sobre o significado de regulamentos, sobre responsabilidade, justiça e injustiça,  renúncia e solidariedade. 

Formam-se frontes em famílias, amizades separaram-se; as opiniões endurecem de modo a haver violência, mental e física.

Facto é que na incapacidade de se possuir toda a informação não sabemos o que é certo ou errado, porque muito só pode ser julgado em retrospectiva.

Cada um tem de decidir com o melhor dos seus conhecimentos e consciência. Isso não é porém suficiente atendendo aos próprios limites e fraquezas. Muitas vezes, quem mais se afirma e impõe são os mais frouxos de caracter.

Um caminho que nos serviria a todos, são as palavras de Jesus: "Sê misericordioso como o teu pai é misericordioso"( Lucas 6:36).

O perdão é um momento nobre da misericórdia.

Ao referir-me aqui à misericórdia entendo-a como  uma qualidade de carácter pela qual se entra em sintonia com a própria precaridade e com a precaridade dos outros (compaixão). Ao sentir a dor dos outros compreendo melhor a minha e sou levado a solidarizar-me com os pobres, os oprimidos, aqueles que são marginalizados.

É um entrar em ressonância com o todo sem se perder nele! A atitude de compaixão e misericórdia pode conduzir-me a  perceber melhor os meus semelhantes e a ter um coração quente para eles.

 Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6342

 

 

JÁ VAI SENDO TEMPO DE MUDAR-SE PARA SE PODER MUDAR PORTUGAL

O problema mais grave é o facto de todos estarmos comprometidos com os parlamentares que elegemos e com os Governos que temos tido. Na controvérsia política o sistema consegue desviar a atenção dos portugueses para canto e toda a gente é levada a olhar só para os males do vizinho.

Os responsáveis do atual sistema, em que a corrupção se tornou aceite, movem as forças da nação para o ceguinho que tem apenas um deputado no parlamento como se esse fosse o problema de Portugal!

Não se quer reconhecer que o rei vai nu!

O sistema corporativista português de grupos de interesse e de grandes famílias de amiguinhos chegou a um ponto em que não é possível servir-se Portugal e os portugueses; trata-se sobretudo de administrar a miséria e servir clientelas ideológicas e grupos económicos que criem chances para as mesmas clientelas. Os interesses do povo não contam.

Ao contrário do que se deu na Alemanha onde depois da guerra as classes sociais se tornaram permeáveis, em Portugal continuou-se na velha tradição da sociedade medieval: os grupos de interesse, as famílias fortes permanecem cerrados em si mesmos não abrindo entrada para uma nova geração de pessoas competentes.

Mais que apelarmos a votos seria óbvio que se apelasse a uma mudança de consciência e de atitude política. Se isso acontecesse, os sedentos do poder logo se orientariam por essa nova consciência. 

Os que seriam capazes de mudar o sistema estatal não estão interessados nisso porque desta forma se aproveitam mais dele. A classe política em Portugal geriu mal e o país deveria chamá-la à responsabilidade e levá-la a cumprir a sua pena para que o país não continue a ser penalizado!

A classe política perdeu grande parte do crédito porque abusou do poder que o povo lhe deu para se servir a si própria.

O Problema não é Ventura, um partido com um deputado, mas o medo dele que não deixa ouvir aquilo em que ele terá razão. Este medo é parte do problema porque dá razão aos que administraram mal o país!

Porque haver tanto medo de uma extrema direita irrelevante e elevada a notícia pelos que se deveriam penitenciar?! O povo pode, ocasionalmente, votar não por convicção, mas por estratégia para que deste modo se erga no Parlamento não só as vozes dos que nos conduziram à situação em que nos encontramos.

Em política não haverá um bom caminho; há muitos caminhos possíveis e estes são sempre determinados por quem tem mais poder!

Penso que a pandemia, por mais complexa que ela seja, é mais um bom pretexto para que o medo nos continue a disciplinar e a dominar e deste modo ajudar a manter o status quo!


Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6344

 

Recomendável:

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=858231791632749&id=436088787180387

 

CONTRA A FRUSTRAÇÃO DA PANDEMIA E OUTROS DESENCANTOS

Com o prolongar-se da situação pandémica, passamos a questionar-nos mais sobre o sentido de muito que se faz ou se tem feito.

Uma das estratégias que uso, para não me sentir reduzido à própria inércia, é refugiar-me na escrita como campo aberto; todos nós gravitamos em torno de algo embora mais ou menos conscientes de que fazemos parte mais do que de um sistema (fazemos parte não só do sistema solar de um universo que, por sua vez, faz parte do sistema divino: a energia solar e divina encontram-se também reunidas sob a forma de vida)! Na escrita sinto, por vezes, o calor que me dá alento para momentos sombrios ou frios do sistema social.

Como encaro a vida com espírito positivo, torna-se mais fácil observar situações que de uma perspectiva pessimista levariam a um verdadeiro tormento.

Todos somos diferentes e, como tal, torna-se importante uma elaboração equilibrada do próprio “orçamento” psicológico, relacional e social.

O mundo e o que nos rodeia serve enquanto se serve. Uma visão espiritual poderá ajudar-nos a sair desse impasse desde que, também ela, não se torne apenas num circuito de serviço a si mesmo.

Dado muitas das medidas contra o vírus não encontrarem compreensão acabada, cada um, para não cair em depressão terá de aprender a andar com os pés na terra que temos e a recompensar-se a si mesmo.

Quando a esperança diminui, aumenta a frustração. Como pessoas sociais que somos precisamos de ligações e relações para nos mantermos física e psiquicamente saudáveis.

Para se não cair no trato rotineiro dos poucos contactos habituais que nos é dado ter, seria de compensar o distanciamento corporal com outros contactos sociais através de actividades criativas ao alcance, online, etc. Confesso que embora pense assim não consigo, muitas vezes, realizar aquilo que acho que seria bom para mim e para outros.

O optimismo ajuda a ver-se no negativo também uma perspectiva positiva facilitando a iniciativa para se poder tentar novas experiências onde se possa ter ou sentir sucesso.

Nós somos o encontro de todas as energias e como tal núcleos de interacção e inter-relacionamento e, como tal, não podemos ficar-nos apenas pelas energias ou forças de atracção ou de repulsão!

Gratidão e agradecimento pelas coisas pequenas do dia-a-dia ajudam-nos a abençoar a vida!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6338

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