Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

O BARBANTE QUE NOS UNE A DEUS


Por  Humberto Pinho da Silva
 

Em pleno Inverno, em serena manhã, de cerrado nevoeiro, guri, de tez bronzeada, boca larga, olhos negros como azeviche, caminhava, descalço ao longo do extenso areal. Preso à mão direita havia fino e sólido barbante de nylon, quase transparente.

Corria, vindo do Sul, leve e fresca brisa, tão suave, tão delicada, que mal lhe acariciava o jovem rosto moreno.

A espaços, o garotinho, puxava o fio, sacudindo, energicamente, a mão, imprimindo rápidos e fortes puxões, ao barbante, que vibrava, distendendo-se.

Pacatamente, sentado em banquinho de madeira, coberto a esmalte azul celeste, homem, esquelético, seco, entrado em anos, passeava a vista: ora para a cano de pesca, ora para o gurizinho.

Indiferente ao incisivo olhar do pescador, o petiz soltava sonoras risadas, que sumiam-se na densa serração, diluindo-se no sussurrante som embalador do oceano.

Atónito, surpreso com o que observava, interroga-o, intrigado:

-O que está você a fazer?! Puxando o que não se vê?!

O rapazinho, volta-se para o pescador. Fica, por momentos, pensativo. Depois, entortando ligeiramente a cabeça, diz:

- É certo que não se vê, mas eu sei que escondido no nevoeiro, está a estrela, que responde, com leve puxão, ao meu comando. - Respondeu espevitadamente a criança.

Esta curiosa história, contada por Billy Grahm, ilustra, perfeitamente a relação que o cristão deve ter para com Deus.

Como a pipa (papagaio) do caboclo, também não descortinamos o Senhor…mas sentimo-Lo, do mesmo jeito, como o gury sentia a estrela.

Ao longo das vicissitudes da vida, quem for crente - os agnósticos só têm acasos, - sente-se, muitas vezes, a Mão protetora de Deus.

Quantos problemas insolúveis, não se resolveram, a contento, por intervenção do Poderoso?

Deus conhece as nossas necessidades, antes de Lhe pedirem auxilio.

Ele sempre entrega o fio de Ariadna, para conseguirmos sair do tenebroso labirinto em que insensatamente nos metem.

O “fio” que nos une a Deus, chama-se: oração.

Como o rapazinho, que se divertia brincando com o papagaio, numa manhã de intenso nevoeiro, também nós, sabemos, mesmo sem O ver, que lá longe, em parte incerta, no Céu sem fim, está Aquele que tudo pode e tudo sabe, pronto a dar-nos o “fio” que une a nossa consciência a Ele.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Um governo sob pressão

Um governo sob pressão

O governo Marcos Rocha tornou-se alvo preferencial de críticas as mais variadas. Algumas, justificáveis, pois carregam na sua essência o bem-estar d

A questão da ética na politica

A questão da ética na politica

Tenho sustentado neste espaço, até com certa insistência, a importância da ética na política, principalmente quando começam a surgir nomes nos mais

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos  O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

Houve uma época em que ao roubo e ao furto se aplicava a pena de morte. Eram tempos de barbárie, onde a punição, por mais desproporcional e cruel, n

Mutirão de Saúde: a melhor solução

Mutirão de Saúde: a melhor solução

De todas as tentativas feitas por este e outros governos locais para resolver o grave problema de desassistência à saúde em Rondônia, os mutirões re

Gente de Opinião Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)